ig-celia-farjalatt (aan)
Certos povos antigos consideravam as árvores a morada dos deuses, celebravam cerimônias junto aos carvalhos e puniam os transgressores. Alguns povos modernos devastam florestas, queimam e destroem simples árvores de parques e jardins movidos pela ignorância ou pela sede de lucro, ou por ambas. Machados,serras, máquinas sofisticadas ou simplesmente o fogo aniquilam com rapidez e técnica os gigantes da floresta. Penso em toda esta destruição, e levanto contra ela meu protesto indignado. Claro, muitas árvores devem ser sacrificadas porque são úteis, indispensáveis à vida humana. Fornecem madeira, resina, látex, produtos básicos. Devem ser substituídas para que a Terra não fique tão desolada como Marte e a Lua, por exemplo. Mas, minha gente, as queimadas são certamente criminosas na maior parte dos casos. Monteiro Lobato, naquele seu estilo saboroso e vivo nos conta de casos de onde matas arderam, simplesmente, para que ali o Jeca Tatu criasse meia dúzia de vaquinhas magras, ou plantasse dois canteiros de milho ou de abóbora. Leio ainda, no Estadão, que seis empresas da França, Inglaterra, Grécia e Alemanha, que atualmente exploram madeira no território africano, preparam-se para atuar no Brasil seguido das asiáticas, que adquiriram madeireiras brasileiras falidas ou em dificuldades. Um dos objetivos é abastecer as indústrias internacionais de celulose, e por isso, devem ser plantadas espécies de árvores como a pinus. Nesse caso menos mal. Mas, claro, vão derrubar matas naturais. E, se o negócio é tão inocente que desenvolvam em sua terra. Não aqui. Devido ao descontrole da exploração, o maior pólo madeireiro do país, Paragominas, no Norte do Brasil, transformou-se em gigantesca serraria. Lá funcionam 200 serras, e haja árvore para tanto explorador. A denúncia insiste na técnica rudimentar, nos grandes fornos onde se queimam restos de madeira para obter o carvão, e pior ainda: no trabalho perigoso das crianças, naturalmente exploradas pelas empresas. A natureza vinga-se dos que a exploram. E dia virá em que o deserto toma conta de áreas antes bem arborizadas e férteis. As matas ciliares, isto é, as que se erguem acompanhando os rios quando destruídas trazem resultados funestos. Todos sabem disso mas quem se importa? A árvore é vida, alegria, benção. Merece ser cuidada, protegida e amada. E sejamos práticos, desde que não podemos salvar dos exploradores, vamos, ao menos cuidar da árvore de nossa rua, que, muitas vezes morre de sede sob sol de rachar. E agora um apelo: que nas escolas, as professoras ainda ensinem a importância e o valor, a beleza das árvores. A Festa das Árvores ( 21 de setembro ) era comemorada nas escolas. E as crianças cantavam, enaltecendo o valor das árvores, as florestas, as flores. Ah, bons velhos tempos !