JOGO RÁPIDO

Missão cumprida

Coluna publicada na edição de 28/6/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
27/06/2018 às 20:24.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:08

Na partida em que entrou em campo sob maior pressão — a derrota a mandaria de volta para casa ainda na primeira fase, um vexame que horas antes havia devastado a tetracampeã Alemanha —, a Seleção Brasileira obteve a sua vitória mais tranquila na Copa do Mundo. E dois motivos contribuíram para isso. O primeiro é que, ao contrário do que ocorreu nas duas primeiras partidas, o empate não era um resultado que interessava à Sérvia. E isso é péssimo para qualquer time que tenha que enfrentar a bem organizada equipe do técnico Tite. Como teve que jogar e buscar o gol que poderia levá-la às oitavas de final, a Sérvia fez um jogo normal. Não se lançou à frente, mas também não estacionou um ônibus na frente de seu gol, como dizem os ingleses. E isso foi o suficiente para que o Brasil conseguisse impor seu melhor futebol. Controlou bem o jogo, não correu riscos e encaminhou a classificação com um gol muito bonito. Paulinho se deslocou de forma inteligente e Coutinho, com belo lançamento, fez a bola chegar a ele no meio de um buraco na defesa sérvia. O meia do Barcelona teve velocidade de raciocínio, observou a posição do goleiro e optou por dar um toquinho por cobertura. A partir daí o cenário ficou ainda mais favorável aos brasileiros. A Sérvia precisou se expor de verdade e até criou oportunidades para empatar. Tite fez ótima leitura do momento do jogo e trocou Paulinho por Fernandinho para dar mais proteção ao sistema defensivo. Na frente, com mais espaço, o time criou oportunidades e definiu o placar após uma cobrança de escanteio. Mesmo com um time bem mais alto, a Sérvia levou um gol de cabeça. Mas o espaço que a Sérvia foi obrigada a cedernão foi o único fator determinante para o resultado de ontem em Moscou. O Brasil vem ganhando ritmo e confiança a cada partida, o que é particularmente importante para Neymar, que ficou três meses em recuperação de uma fratura no pé direito. Além de fazer sua primeira assistência na Copa, o camisa 10 da Seleção Brasileira se movimentou mais. Das 13 finalizações do Brasil no jogo, sete foram dele. E das sete, cinco ocorreram na etapa final. Juntos, os outros integrantes do quarteto ofensivo — Coutinho, Willian e Gabriel Jesus — finalizaram apenas duas vezes. A maior virtude da equipe brasileira é seu equilíbrio. O time consegue ser muito forte na frente sem se desorganizar. A Sérvia fez dez finalizações, mas Alisson teve que praticar apenas uma defesa. A Seleção cumpriu sua “obrigação” de avançar como primeira colocada de seu grupo. Se fosse fácil, a Alemanha — tema da coluna de amanhã — não estaria voltando para casa.

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