MISSÃO DE PAZ

Militares treinam em Campinas para atuar no Haiti

Até sexta-feira, algumas áreas servirão como um pedaço do país para treinamento da tropa

Fábio Gallacci
22/10/2013 às 05:02.
Atualizado em 26/04/2022 às 06:22
Grupo de militares com capacetes azuis da Organização das Nações Unidas realizam atividades em Campinas ( Dominique Torquato/AAN)

Grupo de militares com capacetes azuis da Organização das Nações Unidas realizam atividades em Campinas ( Dominique Torquato/AAN)

A bordo do blindado de transporte Urutu do Exército brasileiro, um grupo de militares com capacetes azuis da Organização das Nações Unidas (ONU) e armas pesadas cruza com cuidado as ruas estreitas do Núcleo Residencial Sete de Setembro, em Campinas. Os moradores saem curiosos para ver a cena e a molecada não acredita no que está na sua frente. Alguns vizinhos acenam e recebem o cumprimento de volta. Não muito longe dali, o helicóptero Águia da Polícia Militar faz repetidas simulações de resgate ao lado de militares enfermeiros e de representantes da Força Aérea Brasileira (FAB). Ao mesmo tempo, em outro ponto, um grupo armado com fuzis enfrenta o calor e a pressão psicológica em um campo de prova para descarregar sua munição real em alvos ao som de bandas de heavy metal. Até a próxima sexta-feira (25), a área militar do Jardim Chapadão e alguns bairros da região do distrito de Nova Aparecida servirão como um pedaço do Haiti para a tropa que treina para a missão de paz que começa no país caribenho em dezembro. Pelo menos 15 treinamentos diferentes estão sendo ministrados paralelamente. São ações práticas que testarão as condições de reação da tropa aos eventos que podem acontecer na missão distante. Entre os treinamentos estão patrulhamento de áreas, entradas táticas, abordagens, progressão em área urbana, escolta de comboios, pista de tiro e até mesmo segurança em eleições. Esta última é uma preparação diferenciada e importante já que o Haiti vive um clima de tensão crescente com a aproximação do período eleitoral no país. "É interessante, a gente se sente até mais segura", disse a dona de casa Vanderléia Alves, moradora do bairro Chácara Anhanguera, ao ver as tropas pela rua. "Achei legal, tenho vontade de ser militar no futuro", disse a estudante Paola de Oliveira. Ao todo, 1,2 mil militares - cerca de 300 de Campinas - rumam para o Haiti a partir de dezembro. O grupo, que forma o Batalhão de Infantaria do 19º Contingente de Força de Paz (Brabat 19), fica por lá por pelo menos seis meses.

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