FINANCIAMENTO

Micros recorrem a Banco do Povo para fugir de juros

Depois das últimas altas da Selic, custo ficou bem ainda mais caro nas instituições financeiras

Adriana Leite
aleite@rac.com.br
13/02/2014 às 11:43.
Atualizado em 26/04/2022 às 22:35

Depois das últimas altas da Selic, taxa básica da economia brasileira, o custo do dinheiro ficou bem mais caro nas instituições financeiras da região de Campinas. Para fugir de taxas que passam de 40% ao ano, os pequenos empresários recorrem cada vez mais aos empréstimos oferecidos pelos bancos públicos de fomento.O Banco do Povo Paulista, ligado ao governo estadual, tem em caixa disponíveis para novas operações nos postos da região mais de R$ 33,83 milhões. No ano passado, a instituição emprestou R$ 31,07 milhões em 5.688 operações na região administrativa de Campinas. E o ano de 2014 começou com grande demanda de recursos pelos microempresários.De acordo com balanço do banco, foram contratados R$ 2,34 milhões em janeiro. A campeã de operações no mês foi Araras, com R$ 189,94 mil e 31 novos contratos assinados.O assessor especial do Banco do Povo Paulista, Dráuzio Pedroso Vittelo, afirmou que as perspectivas para o microcrédito neste ano são muito boas e que a instituição deve crescer em 15% o volume de recursos emprestados no Estado. “O mês de janeiro já mostrou a alta da demanda de crédito. Os números foram bem superiores a janeiro do ano passado. No Estado, o crescimento foi de 34,8%. Na região administrativa de Campinas, o aumento foi de 27%”, apontou.Vitello comentou que os financiamentos são liberados apenas para atividades produtivas. “O banco tem como objetivo garantir a sustentabilidade e o crescimento das empresas no Estado de São Paulo. Os recursos são liberados para empresas formalizadas, microempreendedores individuais e informais”, disse. Ele ressaltou que as condições das operações facilitam o acesso dos pequenos empreendedores. O assessor especial ressaltou que o programa tem como meta incentivar o crédito para produção. Os juros são de 0,5% ao mês. “A taxa não sofre alteração há mais de dois anos. E não há perspectivas de que vá subir, mesmo com as mudanças da Selic”, garantiu.Vitello afirmou que as regras do banco permitem empréstimos de R$ 200,00 a R$ 15 mil, que podem ser quitados em até 36 vezes. Outra vantagem, segundo o comando do banco, é a desburocratização para a liberação dos recursos: após a aprovação do cadastro, o dinheiro está disponível em até 72 horas. Os interessados nos empréstimos podem ser pessoas físicas ou jurídicas, cujo faturamento mensal do negócio não ultrapasse os R$ 30 mil. “Desde a criação do banco, os financiamentos somaram mais de R$ 1,2 bilhão no Estado”, afirmou Vitello.VantagensA facilidade de acesso e a baixa taxa de juros aplicada pelo banco são fatores de atração dos pequenos empreendedores. Sem condições para conseguir crédito mais em conta no sistema financeiro tradicional, os bancos de fomento dos governos se transformaram em importantes ferramentas de difusão do microcrédito.“Meu primo me falou do Banco do Povo e decidi ver se havia uma unidade em Campinas. Por coincidência, a agência havia acabado de abrir na cidade”, contou o empresário Adilson da Silva.Silva, que atua na área de informática: planos para fazer novo empréstimoCréditos: Leandro Ferreira/ AANEle afirmou que, para os pequenos, é muito difícil buscar recursos na rede bancária tradicional. “Os juros chegam a 9% ao mês. Não há como conseguir dinheiro para investir na empresa com taxas de juros tão elevadas. Consegui o empréstimo no Banco do Povo e usei o recurso para comprar um carro para minha firma”, comentou. Silva, que atua na área de informática. “Assim que terminar de pagar esse empréstimo, pretendo fazer um outro”, disse.Outro beneficiado pelo programa de microcrédito foi o artesão João Carlos Ramires. “Não teve nenhuma burocracia e o dinheiro saiu rapidamente. Com o empréstimo comprei mais uma máquina para bordar”, afirmou ele, que trabalha com artigos para enxovais infantis.Ele disse que o ideal para o empreendedor é ir com um orçamento de quanto irá gastar para incrementar o seu negócio e assinar um contrato de empréstimo que atenda as necessidades da expansão da empresa.Operações - Para mutuários da CDHU: o valor do empréstimo varia de R$ 200 a R$ 7,5 mil. Os recursos podem ser pagos em até 36 vezes. - Para motofretistas: eles podem se beneficiar com até R$ 6 mil para compra de novas motocicletas ou de equipamentos para atender à lei. 4 Para taxistas: até R$ 10 mil e quitar as parcelas em 24 meses.- Para produtores rurais: para quem deseja iniciar o negócio, o primeiro empréstimo tem limite de R$ 5 mil. Os produtores rurais que já desenvolvem a atividade podem solicitar até R$ 7,5 mil. O segundo empréstimo vai até R$ 10 mil e o terceiro, até R$ 15 mil.Mais informações: www.bancodopovo.sp.gov.br

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