RIBEIRÃO

Microgerador produz gás com queima de resíduos

Fraldas descartáveis, pneus e outros materiais são queimados sem liberar fumaça

Guto Silveira
24/07/2013 às 11:46.
Atualizado em 25/04/2022 às 07:47
Projeto possibilitou a produção de pisos intervalados apenas com resíduos (Guto Silveira/Gazeta de Ribeirão)

Projeto possibilitou a produção de pisos intervalados apenas com resíduos (Guto Silveira/Gazeta de Ribeirão)

Depois de oito anos trabalhando com resíduos da construção civil para a fabricação de vários produtos, o empresário Alaor Saretta, da Nadaigual Recicláveis, começou a investir no desenvolvimento de um microgerador de gasogênio a partir da queima de resíduos sólidos urbanos (orgânicos ou sintéticos). O projeto é relativamente simples. Consiste em uma caçamba com tampa vedada equipada com resistência elétrica, um grupo gerador elétrico, um queimador e cilindros para armazenamento do gás. “Posso colocar fraldas descartáveis, pneus e outros materiais e queimar, sem liberar fumaça para a atmosfera. Em 40 minutos é possível queimar o conteúdo da caçamba, produzindo gás barato”, diz Saretta. Mas, por falta de espaço, ele não pretende trabalhar com o microgerador. No momento ele constrói uma pequena usina para demonstração. A intenção é franquear os equipamentos para quem tem matéria-prima e utiliza caldeiras. E pensa em utilizar carcaças de pneus em larga escala, já que é um produto pouco reutilizado. “O intuito é reduzir a utilização de madeira como lenha”, aponta. Mas este é apenas mais um dos projetos do empresário em busca da reutilização de resíduos. Atualmente a empresa dele produz vários itens utilizados em construção utilizando apenas resíduos. Ele produz pisos intertravados, blocos de construção e vários artefatos sem utilizar areia e pedras. Tudo vem de resíduos moídos. Há também blocos feitos com pneus moídos e até isopor. Como sua empresa é pequena, ele tem dificuldade em atender a demanda de produtos. Mas utiliza a empresa também como fator de conscientização para a reutilização dos resíduos da construção e para provar que os resíduos podem, sim, ser transformados em produtos altamente utilizáveis. “A cada dois dias, reutilizamos cerca de 12 metros cúbicos de resíduos moídos. Aqui não perdemos nada. Recuperamos até ferro utilizado em construção”, afirma.

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