A jornalista Claudia Matarazzo relembra em livro situações engraçadas vividas como cerimonialista no Palácio dos Bandeirantes, do Governo de São Paulo
Em visita recente a Campinas, a jornalista, consultora de moda e comportamento e cerimonialista Claudia Matarazzo falou sobre seu mais novo livro, Gafes no Palácio – Micos e Saias justas nos Bastidores do Poder, que relata histórias do Palácio dos Bandeirantes, do Governo de São Paulo, e revela que o poder é “falível, humano e pode ser divertido”. Claudia lembrou várias situações engraçadas que mostram que é possível se sair bem após saias mais do que justas, presentes não só na vida dos cerimonialistas, mas também do cidadão comum.“Os micos acontecem o tempo todo nos eventos públicos e muito mais nos bastidores. Eu, que era chefe de cerimonial do Governo do Estado, vivia aquilo intensamente todos os dias. E jornalista, não consegui ficar parada. Anotava tudo em bilhetinhos e falava que a situação tinha que ir para um livro. Nos primeiros quatro anos, eu já tinha bilhetes mais do que suficientes para uma publicação”, diz Claudia. Foto: GUILHERME GONGRA/ANN 'Entrei na sala do governador e pedi: Por favor, não venha de vermelho receber o papa. (...) No dia da recepção do pontífice, todas as autoridades de gravata vermelha.' Gafes no Palácio – Micos e Saias Justas nos Bastidores do Poder reúne histórias vividas por Claudia ao lado dos ex-governadores José Serra e Alberto Goldman e do atual governador, Geraldo Alckmin. “Eu cito os nomes dos envolvidos, mas as gafes são minhas e dos meus colegas. Não é nada que comprometa loucamente, mas dá uma ideia das situações que a gente vive e dos apuros que os homens públicos passam”, afirma. A jornalista diz que existem pessoas que seguem muito bem as regras de etiqueta, enquanto outras não se importam com isso. Um caso bem inusitado vivido pela equipe de Claudia aconteceu quando um xeique importantíssimo dos Emirados Árabes fez uma audiência com Serra e, logo em seguida, o chefe da Casa Militar a procurou desesperado porque o visitante queria a aeronave do governador emprestada. “Ele queria usá-la para pular de bung jump. Imagine, a gente faz tudo para que não dê nada errado, monta aquele esquema de segurança e, de repente, a pessoa quer aprontar uma dessa. Claro que não autorizei”, conta. Mas de nada adiantou. Claudia lembra que, no final da tarde, o delegado da Polícia Federal chegou à sala dela desfigurado, suado, com a camisa para fora da calça. “Ele entrou falando que o xeique era maluco, que alugou um guindaste, desceu a serra e ficou pulando de bung jump. Os policiais federais foram atrás e passaram a tarde inteira vendo o árabe pular. Lá fui eu mandar o resgate para todo mundo, e o xeique lá, todo feliz”, recorda. Outra história curiosa relatada no livro ocorreu quando o papa Bento XVI esteve no Brasil. O cerimonial do Vaticano informou que vermelho era a cor do pontífice e, por isso, ninguém deveria vestir nada com essa cor. “Eu avisei, claro. Entrei na sala do governador e pedi: ‘Por favor, não venha de vermelho receber o papa’. Imagina. O Serra, com mil coisas urgentes na cabeça, tipo rebelião etc... Você acha que ele prestou atenção no que eu falei? No dia da recepção do pontífice, todas as autoridades de gravata vermelha, como Serra e Lula. Imagine a minha situação”, comenta a autora SERVIÇOGafes no Palácio – Micos e saias justas nos bastidores do PoderAutor: Claudia MatarazzoEditora: PlanetaPáginas: 206Preço: R$ 29,90