BEM-ESTAR

Técnica IPTM ajuda a combater as dores no tronco superior

Ficar muitas horas sentado pode prejudicar a coluna e ocasionar doenças associadas; metodologia desenvolvida em Campinas pode ser uma grande aliada no tratamento

Karina Fusco
08/08/2022 às 11:09.
Atualizado em 08/08/2022 às 11:09
O fisioterapeuta Humberto Akira Takahashi aplicou a técnica de Integração Postural por Terapia Manual (IPTM) para restaurar os movimentos do quadril de Leonardo Almeida, que é lutador de jiu-jitsu (Kamá Ribeiro)

O fisioterapeuta Humberto Akira Takahashi aplicou a técnica de Integração Postural por Terapia Manual (IPTM) para restaurar os movimentos do quadril de Leonardo Almeida, que é lutador de jiu-jitsu (Kamá Ribeiro)

Passar muitas horas sentado muitas vezes é a condição necessária para a atuação profissional de muitas pessoas. Mas mesmo que haja enorme satisfação com o dia a dia da profissão escolhida, essa prática por si só já traz prejuízos à saúde, sobretudo à coluna. Em tempos em que o home office se popularizou, as queixas ergonômicas de ordem musculoesquelética, que já são consideradas um problema de saúde pública, dispararam. Tanto é que estatísticas recentes indicam que milhares de brasileiros são submetidos a tratamento em razão de dores provocadas pela postura incorreta no trabalho e pela pressão diária de situações competitivas. 

O fisioterapeuta Humberto Akira Takahashi explica que longos períodos sentado causa a compressão nos discos do eixo da coluna e o resultado é a dor no tronco superior, o que inclui mãos, cotovelo, ombro e Articulação Temporomandibular (ATM). “Depois de um tempo na posição sentada, a pessoa sente que a musculatura na região da coluna começa a fadigar e a enfraquecer, alterando a curvatura fisiológica normal da coluna, impactando desde a região sacro-ilíacalombar até a região torácica e cervical”, esclarece. 

O desequilíbrio musculoesquelético nestas regiões (mãos, cotovelo, ombro, ATM coluna cervical e torácica) pode desencadear uma série de patologias associadas, aparecendo de maneira sintomática ou assintomática, segundo o especialista. Ele cita que alguém com o diagnóstico de síndrome do túnel do carpo na mão, doença ocupacional por esforço repetitivo, além do problema em si poderá ter dor de cabeça e Desordem Temporomandibular (DTM). Ainda, devido à compressão do nervo mediano, pode apresentar dificuldade de erguer o ombro e dor no cotovelo, o que pode ocasionar uma doença chamada cotovelo de tenista, que é quando a interação biomecânica natural do ombro e da escápula não acontece. “É então que se manifestam desde dores na região torácica até falta de ar. Infelizmente há uma reação em cadeia muscular e articular”, completa Humberto. 

Tratamento com a técnica IPTM 

Com o DNA brasileiro, ou melhor, campineiro, a técnica de Integração Postural por Terapia Manual (IPTM) consiste na manipulação dos ossos e músculos com a mão visando realizar ajustes e assim tratar as dores e os desvios do paciente. “É a primeira técnica de terapia manual criada e desenvolvida no Brasil a ser validada cientificamente e reconhecida internacionalmente como PIMT (Postural Integration by Manual Therapy)”, explica o fisioterapeuta Humberto Akira Takahashi, que foi quem a criou em 2001 e obteve a validação científica em sua dissertação de mestrado pela Unicamp, em 2016. “A previsão do ensinamento dessa técnica para profissionais da área da saúde está prevista para 2023”, por meio de curso on-line híbrido ou somente presencial em local ainda a ser definido”, comenta. 

Para que as pessoas possam entender bem a técnica, ele explica que “o corpo humano é formado por músculos e articulações que fazem parte de engrenagens que se encaixam e cada peça precisa estar no seu devido lugar para resultar em movimentos livres e sem dor, ou seja, na biomecânica do corpo humano, se tivermos micromovimentos ajustados, teremos macromovimentos de qualidade”. 

Antes de ser submetido ao tratamento com a técnica inovadora, é necessária uma avaliação individualizada. “No caso de uma reabilitação física, primeiramente o paciente passa por esses microajustes tanto nas articulações como nas musculaturas e, após devidamente ajustadas, estabilizadas e fortalecidas, o terapeuta passará exercícios ativos, como Pilates, treinamento funcional e musculação terapêutica”, exemplifica. O especialista ressalta, ainda, que o objetivo da técnica IPTM é promover estes microajustes com qualidade em pouco tempo para que o paciente consiga realizar movimentos ativos, livres e sem dor em sua plenitude. Segundo ele, de modo geral, em apenas algumas sessões é possível fazer o realinhamento desta região com resultados efetivos e alívio da dor. 

Foi o que aconteceu com o paciente Leonardo Almeida, de 26 anos, faixa preta de Jiu-Jitsu. Ele teve problemas no quadril de síndrome de impacto femoroacetabular, pela reação em cadeia articular e muscular, e começou a ter outros problemas conjuntamente, em outras partes, como na região cervical, DTM e irradiação no braço, apesar do primeiro diagnóstico ser problema no quadril. Problemas como os dele podem ser, inicialmente, assintomáticos, mas pelo toque do terapeuta, o próprio paciente sente um certo incômodo nestas regiões. “Foram nove sessões e não tenho mais dores, nem no quadril, nem em outras regiões do corpo. Hoje me sinto muito bem e pratico esporte como Jiu-Jitsu normalmente”, afirma Leonardo. 

Atividades físicas complementares 

“É importante salientar também que o método IPTM traz resultados rápidos e que pode ser associado a outras atividades físicas para melhorar o rendimento”, diz Humberto. Sobre o Pilates, uma das atividades recomendadas, o fisioterapeuta explica que proporciona fortalecimento muscular, correção de desvios e vícios posturais, alongamento global, atuando também na prevenção de lesões e na reabilitação de diversas disfunções ortopédicas, além de promover relaxamento e favorecer a melhora na qualidade de vida. 

A fisioterapia funcional, por sua vez, trabalha o fortalecimento muscular, o condicionamento cardiovascular, a melhora do equilíbrio, a coordenação motora e a flexibilidade, utilizando exercícios corretivos de forma mais dinâmica, mesclando diferentes capacidades físicas. Já a musculação terapêutica é realizada por meio de exercícios com carga, utilizando movimentos terapêuticos que viabilizam a manutenção do sistema muscular, a restauração do equilíbrio, a redução de quedas, o aumento da força muscular, o fortalecimento e o aumento de massa muscular indicada para pessoas com osteoporose. “Além dessas três modalidades, em muitos casos é recomendada também a realização de exercícios aeróbicos - bicicleta, esteira e elíptico - para melhorar a saúde cardiovascular do paciente”, completa o fisioterapeuta. Afinal, movimentar-se é necessário em todas as idades e viver sem dor é o principal sinônimo de qualidade de vida.

SERVIÇO: 

Clínica HAT-IPTM Rua Doutor Miguel Penteado 244, Jardim Chapadão 

Tel. (19) 3242-0509 

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