EMPREENDEDORISMO

Rede de apoio e parceria

Mulheres empreendedoras se unem no grupo “Ajuda Amiga” e formam uma rede de colaboração mútua que vem crescendo e rendendo parcerias

Cibele Vieira
28/02/2024 às 12:41.
Atualizado em 28/02/2024 às 12:41
Grupo Ajuda Amiga foi formado em 2018 por duas empreendedoras de Campinas: Ariane Forcelli e Elizandra Rondan (Rodrigo Zanotto)

Grupo Ajuda Amiga foi formado em 2018 por duas empreendedoras de Campinas: Ariane Forcelli e Elizandra Rondan (Rodrigo Zanotto)

A palavra “Sororidade” (do latin soror, que significa irmã) é um conceito que se refere à empatia, solidariedade e acolhimento entre mulheres. É esse o conceito que rege as relações do Grupo Ajuda Amiga, que foi formado por duas empreendedoras de Campinas em 2018 e hoje já soma 530 mulheres no Whatsapp e mais de 1.300 seguidores no Instagram. Ariane Forcelli, que atua na área de beleza há 16 anos, e Elizandra Rondan, professora de inglês e artesã, administram essa rede com o cuidado de não manter apenas um espaço para negócios, mas principalmente um local para troca de ideias, solidariedade, orientações e apoio.

Tudo começou de maneira simples, com amigas trocando referências para os mais diversos assuntos, como dicas de emprego, médicos, chácara para alugar, faxineira, prestadores de serviço, ofertas de produtos em supermercados e outros. Com o interesse aumentando, a pioneira Ariane decidiu juntar suas amigas num grupo de WhatsApp para que essas informações pudessem ser compartilhadas. Começou com 68 mulheres e o interesse foi crescendo. Com novas integrantes sendo indicadas, a rede foi se fortalecendo e precisou da habilidade em administração da Elizandra para crescer de maneira ordenada.

Para entrar, é necessário ter a indicação de alguém do grupo, preencher um cadastro sobre sua atividade profissional e aceitar as regras. “Nos tornamos um grupo confiável porque não há um link aberto para qualquer pessoa acessar, é preciso que alguma participante indique. E isso é um diferencial”, pondera Elizandra. Ela conta que o respeito é essencial e uma das regras é não postar sobre política, religião e outros temas que gerem polêmicas. Como todas são empreendedoras, uma vez por semana podem postar seus produtos e divulgar seu trabalho gratuitamente, mas somente no dia combinado. “Afinal, precisamos fazer compras, usar serviços, e contar com fornecedores de confiança é um diferencial”, afirma. Para facilitar, ela criou uma planilha onde todas as participantes colocam informações sobre seu negócio, o que ajuda na busca por fornecedores dentro do próprio grupo.

A rede cresceu mesmo foi na pandemia. “Nós nos ajudamos nesse período, conversando, apoiando, trocando ideias, buscando soluções conjuntas”, relembra Ariane. Foi nessa época que muitas pessoas aprenderam a empreender, como Elizandra, que se dedicou ao artesanato, fazendo bolsas e outras peças em crochê. A troca de experiências ajudou as mulheres a se organizarem em suas atividades.

No início, eram 68, agora são 530 conectadas e com o mesmo foco (Divulgação)

No início, eram 68, agora são 530 conectadas e com o mesmo foco (Divulgação)

Crescer entre amigas

Ariane e Elizandra se conhecem há muitos anos e os maridos são amigos de infância. Por isso, a sintonia entre as duas funciona muito bem, embora tenham perfis e habilidades diferentes. Desde que iniciaram esse trabalho, o objetivo sempre foi a ajuda mútua, baseada na empatia e boa convivência. “Hoje, temos uma resposta que vai muito além do que imaginamos, o grupo faz diferença na vida de muita gente, gera motivação, não tem competição desnecessária, só vemos coisas positivas”, relata Ariane.

Até os conflitos são poucos, diante da quantidade de participantes. Elizandra cuida dessa parte mais administrativa e conta que acompanha as mensagens, dá toques e relembra as regras sempre que necessário, mas de maneira pontual e assertiva. Nesses cinco anos de atividades, ela só precisou interferir de maneira mais drástica duas vezes, quando excluiu duas participantes que não entenderam a proposta e estavam tumultuando com discussões desnecessárias. “No geral, tudo flui com bastante tranquilidade, em ordem”, garante.

Pelo menos uma vez por ano, elas tentam promover uma reunião presencial para conhecer melhor as participantes. No último encontro, perceberam que estavam muito focadas no empreendedorismo, na compra e venda. E embora este seja um dos objetivos, elas afirmam que não querem deixar de lado o aspecto humano e a proposta de rede de apoio que as uniu. “Afinal, o grupo é um conector de mulheres, tem esse diferencial que precisa ser preservado”, afirmam. No WhatsApp, só participam mulheres, mas no Instagram, que é aberto, há alguns homens como seguidores.

Com o crescimento do número de participantes, as organizadoras firmaram parceria com uma profissional de marketing para cuidar da identidade visual e produção de artes para as redes sociais. Outra novidade é o clube de descontos para quem compra produtos dentro do próprio grupo. E, mais recentemente, Elizandra começou a incentivar as caminhadas presenciais em busca de mais saúde, o que já acontece na Pedreira do Chapadão, reunindo moradoras do Jardim Eulina, Castelo e Chapadão. Em breve, será divulgado um calendário de eventos para o ano, incluindo palestras, cursos e capacitações.

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