Procedimento é um dos mais comuns e importantes da cirurgia plástica; ele é também um aliado para proporcionar bem-estar e aumento na autoestima de quem teve câncer de mama
"O diagnóstico precoce permite ao cirurgião uma abordagem assertiva, menos invasiva e mutilante, com alto índice de sucesso", diz Eduardo Lintz, cirurgião plástico (Divulgação)
Os cuidados com a paciente que enfrenta um câncer de mama podem e devem ir além do tratamento, pois a doença afeta a sua vida como um todo, inclusive a autoestima. Uma das maneiras de tratar a doença é com a retirada cirúrgica da mama, algo que pode impactar psicologicamente e emocionalmente alguém que já está fragilizada. A cirurgia plástica de reconstrução mamária, nestes casos, surge como um importante procedimento para trazer bem-estar e melhorar a autoestima da mulher.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA)de 2020 indicam que o câncer de mama é o tipo que mais afeta as mulheres, representando 29,7% do total. Dentro deste cenário, tanto para o tratamento da doença quanto para a posterior recuperação com uma cirurgia de reconstrução mamária, o diagnóstico precoce é fundamental. “Isso permite ao cirurgião uma abordagem assertiva, menos invasiva e mutilante, com alto índice de sucesso. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhores as opções de tratamento. E as reconstruções costumam também ser ‘facilitadas’”, explica o cirurgião plástico Eduardo Lintz. Ele alerta ainda: “por isso a realização de mamografia, ultrassonografia de mamas ou ainda a ressonância se fazem obrigatórias a partir dos 35 ou 40 anos, de acordo com o histórico familiar”.
Reconstruindo a autoestima
A reconstrução mamária está entre as cirurgias estético-funcionais mais comuns e, para o cirurgião, também é uma das mais importantes. “Na realidade, não existe diferença entre as cirurgias estéticas e reparadoras, uma vez que o benefício das reconstruções traz bem-estar diante do restabelecimento total ou parcial da forma mamária e da autoimagem fundamental para a mulher”, esclarece Eduardo.
O especialista explica que apesar de uma mama reconstruída não ser igual àquela não operada, atualmente a área da cirurgia plástica conta com procedimentos cada vez mais eficientes, buscando resultados, inclusive, mais estéticos de acordo com o que a paciente espera. “A reconstrução pode ser imediata, no momento da mastectomia total ou parcial, ou tardia, dependendo da orientação do mastologista e do oncologista. Vale lembrar que o tratamento deve ser multi e interdisciplinar, envolvendo o mastologista, o oncologista, o radiologista, o nutricionista e o cirurgião plástico”, reforça. No caso da reconstrução imediata, quando esta é possível, existe um benefício emocional, uma vez que ela minimiza a sensação de amputação.
Atualmente, o enxerto de gordura é um procedimento muito utilizado para a simetrização das mamas reconstruídas ou não. “Embora possa haver absorção parcial da gordura, existe uma melhora tanto do volume quanto da qualidade da pele. Especialmente em mamas submetidas previamente à radioterapia”, completa.
TIPOS DE RECONSTRUÇÃO
O que vai determinar o tipo de reconstrução mamária será o tratamento realizado de acordo com o tipo do tumor, pois pode haver necessidade de radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. Mas independente do caso, os cuidados pós-operatórios são tão criteriosos quanto qualquer cirurgia estética: repouso relativo, cuidados com esforços e com a cicatriz.
Os tipos mais realizados são: