SAÚDE

Reconstrução mamária pode melhorar qualidade de vida da mulher

Procedimento é um dos mais comuns e importantes da cirurgia plástica; ele é também um aliado para proporcionar bem-estar e aumento na autoestima de quem teve câncer de mama

Da Redação
31/10/2022 às 11:33.
Atualizado em 31/10/2022 às 11:34
"O diagnóstico precoce permite ao  cirurgião uma abordagem assertiva,  menos invasiva e mutilante, com  alto índice de sucesso", diz Eduardo Lintz, cirurgião plástico (Divulgação)

"O diagnóstico precoce permite ao cirurgião uma abordagem assertiva, menos invasiva e mutilante, com alto índice de sucesso", diz Eduardo Lintz, cirurgião plástico (Divulgação)

Os cuidados com a paciente que enfrenta um câncer de mama podem e devem ir além do tratamento, pois a doença afeta a sua vida como um todo, inclusive a autoestima. Uma das maneiras de tratar a doença é com a retirada cirúrgica da mama, algo que pode impactar psicologicamente e emocionalmente alguém que já está fragilizada. A cirurgia plástica de reconstrução mamária, nestes casos, surge como um importante procedimento para trazer bem-estar e melhorar a autoestima da mulher.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA)de 2020 indicam que o câncer de mama é o tipo que mais afeta as mulheres, representando 29,7% do total. Dentro deste cenário, tanto para o tratamento da doença quanto para a posterior recuperação com uma cirurgia de reconstrução mamária, o diagnóstico precoce é fundamental. “Isso permite ao cirurgião uma abordagem assertiva, menos invasiva e mutilante, com alto índice de sucesso. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhores as opções de tratamento. E as reconstruções costumam também ser ‘facilitadas’”, explica o cirurgião plástico Eduardo Lintz. Ele alerta ainda: “por isso a realização de mamografia, ultrassonografia de mamas ou ainda a ressonância se fazem obrigatórias a partir dos 35 ou 40 anos, de acordo com o histórico familiar”.

Reconstruindo a autoestima

A reconstrução mamária está entre as cirurgias estético-funcionais mais comuns e, para o cirurgião, também é uma das mais importantes. “Na realidade, não existe diferença entre as cirurgias estéticas e reparadoras, uma vez que o benefício das reconstruções traz bem-estar diante do restabelecimento total ou parcial da forma mamária e da autoimagem fundamental para a mulher”, esclarece Eduardo. 

O especialista explica que apesar de uma mama reconstruída não ser igual àquela não operada, atualmente a área da cirurgia plástica conta com procedimentos cada vez mais eficientes, buscando resultados, inclusive, mais estéticos de acordo com o que a paciente espera. “A reconstrução pode ser imediata, no momento da mastectomia total ou parcial, ou tardia, dependendo da orientação do mastologista e do oncologista. Vale lembrar que o tratamento deve ser multi e interdisciplinar, envolvendo o mastologista, o oncologista, o radiologista, o nutricionista e o cirurgião plástico”, reforça. No caso da reconstrução imediata, quando esta é possível, existe um benefício emocional, uma vez que ela minimiza a sensação de amputação.

Atualmente, o enxerto de gordura é um procedimento muito utilizado para a simetrização das mamas reconstruídas ou não. “Embora possa haver absorção parcial da gordura, existe uma melhora tanto do volume quanto da qualidade da pele. Especialmente em mamas submetidas previamente à radioterapia”, completa. 

TIPOS DE RECONSTRUÇÃO

O que vai determinar o tipo de reconstrução mamária será o tratamento realizado de acordo com o tipo do tumor, pois pode haver necessidade de radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. Mas independente do caso, os cuidados pós-operatórios são tão criteriosos quanto qualquer cirurgia estética: repouso relativo, cuidados com esforços e com a cicatriz.

Os tipos mais realizados são:

  • Implante mamário: é a inserção de uma prótese de mama, utilizada em um grande número de casos. Promovendo um restabelecimento volumétrico e de forma, buscando simetria.
  • Retalho grande dorsal: reconstrói a mama a partir do retalho do músculo e pele das costas. Pode ser associado a implantes e é utilizado em casos em mamas não muito grandes.
  • Retalho TRAM: reconstrói a mama a partir do retalho do abdome. Indicada nas reconstruções com mamas maiores. Faz o efeito de uma abdominoplastia.
  • Retalhos locais: como mamoplastia, em casos de ressecções parciais das mamas (retirada do quadrante ou segmento de mamas).
  • Retalhos à distância: procedimento microcirúrgico, indicado em casos selecionados.
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