Fellipe Granzotto tinha apenas sete anos quando Senna morreu, mas se inspirou em seu ídolo para chegar às pistas (Luiz Granzotto)
Encontrar bons exemplos entre os esportistas tem se tornado um grande desafio. Por isso, pessoas como Ayrton Senna, que tinham valores e ideais na vida e na profissão, se tornam inesquecíveis. Em 1º de maio de 2024 completam 30 anos de sua morte e, entre as muitas homenagens que o tricampeão de Fórmula 1 receberá está a minissérie de ficção “Senna”, da Netflix, que será protagonizada pelo ator Gabriel Leone.
Se não tivesse morrido em um acidente na pista no autódromo da cidade de Ímola, na Itália, aos 34 anos, hoje ele teria 63 anos de vida. Senna influenciou jovens de diferentes gerações. Um desses grandes fãs do piloto brasileiro que conquistou o mundo é o jornalista campineiro Fellipe Granzotto, de 36 anos, que começou a admirar Ayrton Senna aos três anos de idade - tinha apenas sete quando ele faleceu - e se tornou piloto sob essa influência.
Como e quando você passou a ser fã de Ayrton Senna?
A paixão pelo automobilismo e o fanatismo pelo Senna começaram bem cedo, quando assistia às corridas com meu pai e vibrava com o capacete verde e amarelo, aquela volta que ele dava agitando a bandeira brasileira quando vencia. Eu assistia às corridas por causa do Senna, mas depois de sua morte a paixão continuou na minha vida e até criamos em Campinas o movimento “Valeu Senna”, e em todo 1º de maio era feito algum evento para relembrar o piloto.
Quais fatos da carreira do piloto mais te marcaram?
Tenho três fortes lembranças: as duas vitórias do Grande Prêmio no Brasil, em 1991 em Interlagos - ele venceu usando apenas uma marcha – e em 1993, ainda com a McLaren, um carro inferior na época. E a volta mais mágica da história do automobilismo, no circuito de Donington Park, na Inglaterra, também em 1993.
Qual é a principal lembrança quando pensa em Ayrton Senna?
Os valores que ele tinha: determinação, foco, persistência e obstinação. Sempre foi um bom exemplo, tanto que 30 anos após sua morte continua sendo nosso maior esportista.
Como ele te influenciou a ser piloto de kart?
Comecei a trabalhar em rádio e TV comentando sobre automobilismo e tinha o sonho de ser piloto, mas sem condições financeiras. Em 2003, quando estávamos reabrindo o kartódromo no evento do ‘Valeu Senna’, dei uma entrevista na TV e ali conquistei meu primeiro patrocinador. Corri de Kart, Stock Jr e Fórmula Futuro, entre 2003 e 2011.
Ele saiu de cena cedo abalando os fãs do Brasil e do mundo. Como foi esse acontecimento para você?
Acho que consegui transformar a morte do meu ídolo em uma fonte de inspiração para a vida. E canalizei seu exemplo e valores para o sucesso da minha carreira.
Como você vê essas iniciativas para preservar a memória de Senna?
Fico muito feliz em ver que até hoje ele é um assunto corriqueiro, as pessoas se lembram, é homenageado de várias formas. Sua perda foi muito sentida, até hoje não superaram sua morte. Até as novas gerações carregam seus exemplos e espero que isso não se perca.
Na sua opinião, qual é o legado que Ayrton Senna deixou?
Ele deu bons exemplos como cidadão e se tornou referência de ações positivas para os esportistas. Mas o principal legado é o Instituto Ayrton Senna, que possibilita para crianças a melhora de condições de vida, estudo e esportes.
O que você acredita que ele faria, agora sexagenário, se estivesse vivo?
Com certeza ele seria um dirigente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) preocupado com a segurança dos pilotos e também estaria ligado a projetos sociais, fomentando novos talentos, sendo um embaixador de ações positivas.
O exemplo de garra, obstinação, disciplina e todos os ideais que o Senna carregou nas pistas, eu levei para a minha vida. Ele foi minha referência, diz Fellipe Granzotto (Luiz Granzotto)
