SAÚDE

Novas vacinas no horizonte

Além do imunizante contra a dengue, já aprovado pelo governo federal e com previsão de chegar aos postos de saúde ainda em 2023, há outras novidades chegando

Da Redação
22/06/2023 às 15:02.
Atualizado em 22/06/2023 às 15:04
Já existe uma vacina para a dengue no mercado, mas ela não está incorporada na rede pública de saúde e só é indicada para aqueles que já contraíram a doença com comprovação laboratorial (Pixabay)

Já existe uma vacina para a dengue no mercado, mas ela não está incorporada na rede pública de saúde e só é indicada para aqueles que já contraíram a doença com comprovação laboratorial (Pixabay)

A produção de vacinas não para. Os novos imunizantes estão cada vez mais eficientes, amplos em sua cobertura, e são ferramentas essenciais para o combate a doenças que nos rondam. “Depois da água potável, a vacinação foi o maior feito da ciência. Foi através dela que nós conseguimos, inclusive, aumentar a sobrevida das pessoas de forma saudável. No passado, as pessoas morriam por sarampo, catapora e varíola. As vacinas são seguras e continuam importantes porque previnem doenças potencialmente fatais. Seus benefícios são muito superiores do que qualquer efeito adverso que possam ter”, alerta a infectologista da Unicamp, Raquel Stucchi. 

Com a ampla cobertura vacinal gratuita existente, o Brasil tornou-se um destaque mundial no quesito imunização. Em 2016, por exemplo, recebeu o certificado de país livre do sarampo pela Organização PanAmericana da Saúde, mas com a redução da vacinação e o surgimento de casos em 2019, perdeu o título. A redução da cobertura vacinal nos últimos anos faz com que sejam necessárias novas providências por parte do Ministério da Saúde para que a adesão às campanhas de vacinação aumente.

Uma nova vacina para a dengue está a caminho. Desenvolvida por uma farmacêutica japonesa, a QDenga cobre quatro tipos de vírus da infecção transmitida pelo Aedes aegypti e, já aprovada pelo governo, deverá estar disponível para os brasileiros já no segundo semestre. A doença endêmica tem sido um problema preocupante no Brasil. Só em 2022 atingiu 1,4 milhão de casos - esse número é somente o que foi notificado. Campinas está no mapa da dengue. Dados da Secretaria Municipal de Saúde informam que no período entre 1º de janeiro e 29 de março deste ano foram 908 casos confirmados.

Já existe uma vacina para a dengue no mercado, mas ela não está incorporada na rede pública de saúde e só é indicada para aqueles que já contraíram a doença com comprovação laboratorial. Não é o caso do imunizante QDenga. Segundo Raquel, uma desvantagem, no entanto, é que o imunizante é aplicado em duas doses para completar o esquema vacinal. “Sabemos que a adesão nestes casos acaba sendo menor”.

Existe ainda outro imunizante em vista: o Instituto Butantan, em São Paulo, também está desenvolvendo, com bons resultados, uma vacina para a enfermidade, com proteção igual para os quatro tipos virais. Os estudos devem ser concluídos em 2024.

A infectologista aponta para duas novidades interessantes, já disponíveis. A primeira é a vacina pneumocócica conjugada 15-valente, que deve substituir a atual 13-valente. Ela protege contra a doença grave pneumocócica (pneumonia) e atualmente é destinada, no Sistema Único de Saúde (SUS), para pacientes com câncer, transplantados e outros imunossuprimidos. A versão mais recente inclui proteção contra mais dois dos principais causadores da doença. 

Também há a nova vacina para a gripe para adultos acima dos 60 anos. “Tem quatro vezes mais antígenos que a vacina habitual e é destinada a idosos porque costumam responder mal à vacina de gripe comum. Às vezes precisam de duas doses para ter uma resposta melhor”. Esta última só está disponível na rede privada, mas Raquel indica que caso não seja possível tomá-la, “a vacina do posto ainda é uma excelente opção. Protege bastante e está com uma adesão muito baixa, enquanto vemos o aumento de internações nos hospitais por quadros respiratórios”. Esta situação, reforça ela, é decorrente da baixa adesão à vacina.

A especialista enfatiza que as informações sobre vacinas “sejam acompanhadas em sites confiáveis, pois não faltam pessoas espalhando notícias falsas sobre o assunto. Fontes confiáveis são o Ministério da Saúde, os sites da Sociedade Brasileira de Imunizações, da Sociedade Brasileira de Pediatria, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e da Sociedade Brasileira de Infectologia. Todos têm informações corretas, idôneas e acessíveis”, acrescenta.

Observação: Os imunizantes Tetra viral SCR (Sarampo, Caxumba e Rubéola) e BCG são os únicos cuja cobertura vacinal atingiu a meta estabelecida no município.

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