apaixonados por automobilismo

Jovens pilotos da região de Campinas se destacam no kart

Essa moçada já sabe qual é o caminho a seguir para realizar o sonho de chegar à Fórmula 1

Karina Fusco
06/06/2022 às 18:48.
Atualizado em 06/06/2022 às 18:48
O jovem piloto Diego Godoy Frare em corrida recente que disputou em Valinhos e conqusitou o lugar mais alto do pódio:  metas definidas para chegar à F1 (Divulgação)

O jovem piloto Diego Godoy Frare em corrida recente que disputou em Valinhos e conqusitou o lugar mais alto do pódio: metas definidas para chegar à F1 (Divulgação)

Não causa espanto ver como os meninos, desde a tenra infância, se interessam por carros, motos, corridas e competições que envolvam velocidade. Alguns, no entanto, querem mais do que os brinquedos e assistir às corridas pela televisão. 

Um deles é João Alécio, de 12 anos, de Paulínia, que desde os dois anos dizia que seria piloto e visitar um kartódromo era um de seus programas preferidos. Ele conta que começou a pilotar aos seis anos, com kart de aluguel, e foi se aperfeiçoando até que, aos oito, se sentiu seguro para pedir ao pai um kart profissional, em que está até hoje. “Quando eu assisti ao filme “Carros”, que tem o McQueen, tive certeza do que eu queria para a minha vida”, relata.

O pai, o jornalista Ricardo Alécio, de 53 anos, o levou para conhecer o kartódromo da cidade. Ali, o coração bateu mais forte, o menino começou a treinar, a participar de corridas e a se destacar. Hoje, João treina duas vezes por semana em Itu e é muito consciente sobre a dedicação e os desafios que o automobilismo impõe mesmo aos jovens pilotos. “Acabei de mudar de categoria (estava na Cadete e agora estou na Fórmula 4 Júnior), onde o peso do kart, a libra e o motor são diferentes, e vou me aperfeiçoar nela. Outro grande desafio é conseguir patrocínio”, diz.

A sensação de liberdade quando está pilotando é o que mais atrai João, que foi campeão da categoria Cadete em 2021. Ele sabe que tem pela frente outras categorias, como as Fórmulas V, F4, 3, 2... até chegar à Fórmula 1. Serão muitos treinos com o apoio e incentivo dos pais, curtindo as amizades que faz dentro e fora das pistas e estando cada vez mais focado.  “Quero seguir o meu sonho, trabalhar duro e espero um dia chegar lá”, diz o menino que na escola já tem o apelido de piloto e sabe que tem muita gente torcendo por ele.

O pai, Ricardo, que já adorava as corridas de Ayrton Senna, reconhece que ao ver o esforço do filho e a paixão que ele tem pelo esporte, ele e a esposa, Rita, acabam se envolvendo cada vez mais. “Não existem coisas fáceis na vida e o kart ensina muito. Nós o incentivamos a não desistir, pois ele é bom no que faz, todos dizem que ele tem talento e o veem com respeito na pista. Estamos juntos. É uma loucura apaixonante”, completa.
Destaque já nas primeiras competições

A história de Diego Godoy Frare, de 14 anos, de Paulínia, mostra como o talento pode ser destacado diante das oportunidades. Sua primeira experiência foi também no kart de sua cidade, quando fez sete anos e ganhou de presente de aniversário uma corrida. Desde então, corria de vez em quando, como lazer. Até que no ano passado, após a pausa por conta da pandemia, voltou a correr e já conquistou diversos pódios. “Fiz o melhor tempo do traçado e fui chamado para correr um campeonato. Na primeira etapa cheguei em segundo lugar com chuva”, relata.

O jovem, que é fã de Ayrton Senna e Lewis Hamilton, tem se dedicado muito e sua evolução faz com que muitos olhares se voltem para ele no kart. Na última corrida que ele participou em Valinhos, em 29 de abril, foi o vencedor. “Eu sempre quero ganhar. Eu gosto de correr por conta da velocidade e da adrenalina, adoro fazer a curva em alta velocidade e ultrapassar, mas o principal objetivo é ganhar”, afirma.

A prática tem ensinado muito a Diego. Ele conta que um dia antes ou quando está indo para a corrida, fica tenso, e quando chega ao kartódromo, sente ainda mais adrenalina. “Mas, quando eu sento no kart, esqueço tudo. Aí é só concentração e foco na corrida”, diz o jovem piloto.

A mãe, Flaviana Godoy Frare, de 46 anos,revela que fica nervosa nos dias de competição. Enquanto grava todos os movimentos do filho no kart, o coração acelera e as mãos começam a tremer. “Foi tudo muito rápido desde quando ele começou a correr pra valer e já se destacou. Ele corre com adultos, com pessoas que já dirigem, têm CNH, e tem ganhado dos mais experientes. A gente incentiva e quer que ele consiga patrocínio. O apoio a gente dá com a condição de ele ir bem nos estudos”, ressalta.

Diego, que está no primeiro ano do Ensino Médio, faz a sua parte nas aulas e provas. Nos intervalos, falar de corridas é inevitável, já que os amigos gostam de conversar com ele sobre o automobilismo e dizem que querem assisti-lo de perto.
Ele sabe que o principal desafio é conseguir patrocínio, pois os custos são altos, e que para alcançar o seu objetivo profissional, precisa treinar bastante, dar o seu máximo nas competições e ir subindo de categoria no kart, depois Fórmula V, Fórmula 3, Fórmula 2 e Fórmula 1.  Foco e determinação não faltam. Ele tem talento e muita garra

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