Pensando no prazer de receber, Rubia Araújo privilegiou as áreas de convivência (Gustavo Tilio)
Algumas pessoas não têm a menor dificuldade para responder prontamente quando são questionadas se preferem ficar em casa ou sair no fim de semana. Elas são categóricas: é no aconchego do lar que gostam de passar os dias de descanso aproveitando a área de lazer, o contato com as plantas, maratonando séries, vendo bons filmes, cozinhando e recebendo a família ou amigos.
Quando tivemos que passar muito tempo em casa forçadamente, não foi raro ver pessoas que até então se declaravam “rueiras” passarem a gostar mais de ficar no ninho. Já aqueles que sempre foram mais adeptos de ficar na toca, o prazer de curtir o local de moradia ganhou novos contornos. Entre esses dois públicos surgiu a vontade e até mesmo a necessidade de deixar as áreas de convivência da residência mais atrativos. Foi então que as obras começaram, principalmente no quintal e no espaço gourmet.
O arquiteto Caio de Souza Ferreira, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas, relata que existe uma tendência de que as áreas de preparos de comida, como a cozinha e a churrasqueira, sejam transformados em grandes espaços de convívio integrados às áreas sociais sem qualquer tipo de fechamento. “A cozinha passou a ser bonita, com eletrodomésticos de design e máquina de café à mostra, e integrada às áreas sociais”, diz. “Também é importante que a decoração desses espaços de convívio tenha elementos de afetividade da família. A decoração não pode ser uma imposição plástica de um profissional, ele tem que saber interpretar a família e apostar, por exemplo, em objetos e fotos de viagens que remetem à memória afetiva e à identidade da família para sejam criados espaços aprazíveis, onde os moradores se reconhecem nos elementos”, completa.
Nesse sentido, ele sugere uma panela da avó pendurada na área gourmet, louças da mãe à mostra, mensagens que representam a maneira de ver o mundo nas paredes e até copos que foram presentes de amigos. “Tem que ter um significado afetivo. A ambiência tem que ser capaz de promover espaços mais aconchegantes”, reforça.
O professor da PUC também projetou para sua casa um espaço gourmet valorizando as memórias de família (Arquivo)
Receber e aproveitar os espaços de lazer
Quando construiu a nova residência em Sousas há cinco anos, o casal de médicos Rubia Dias Furtado de Araújo, de 47 anos, e Sergio Mendonça de Barros, de 49, já sabia que o espaço gourmet era uma das prioridades. “A ideia era ter uma área ampla e agradável, integrada tanto com a cozinha, como com a piscina e o jardim, para receber amigos e familiares. Além disso, pensamos na realização de festas de aniversário e na utilização de todo o espaço pelos nossos filhos”, comenta Rubia.
Ela considera que boas apostas para o espaço gourmet foram a churrasqueira, a grelha que fica junto a ela, a chopeira - um Pensando no prazer de receber, Rubia Araújo privilegiou as áreas de convivência investimento que ela recomenda fortemente -, e um balcão refrigerado, onde as visitas podem se servir das bebidas. Bem equipado, o espaço atende bem a família, mas também quando a casa está cheia. “A gente gosta de receber, mas não tem essa veia culinária. Temos amigos que gostam e comandam os preparos”, diverte-se a médica.
Rubia considera que foi assertivo priorizar as áreas de lazer e convivência da casa. No período de distanciamento social, a família aproveitou muito toda a estrutura e agora que já é possível receber as pessoas por lá. É uma satisfação enorme ver a piscina e a área gourmet movimentadas, sobretudo nos dias de sol.
Reforma focada no lazer
Os empresários Sonia Maria Torres Jorge, de 61 anos, e Afonso Jorge, de 73, buscando ter uma área de lazer mais aconchegante em casa, em Barão Geraldo, encararam uma reforma que teve início em março e agora está quase acabando. “Derrubamos parte de uma construção no fundo do terreno para aumentar a área de lazer e idealizamos juntos um espaço mais gostoso, que coubesse mais gente, com piscina aquecida, com prainha e cascata, para receber a família e usar o ano todo. Também transformamos uma área em uma pequena academia”, conta Sonia
A piscina de alvenaria foi o que mais demandou tempo nessa reforma, mas mesmo antes de avançar para os detalhes com o paisagismo e a sauna, Sonia e Afonso já puderam ver que todo o trabalho valeu a pena. Em um almoço de fim de semana, eles reuniram filhos e netos para inaugurar informalmente o novo quintal e seguem com a certeza de que todos vão aproveitar inúmeros momentos em família por ali.