O cirurgião plástico Eduardo Lintz explica que não há contraindicações formais para a realização de cirurgia plástica em idosos, mas a avaliação pré-operatória é fundamental (Kamá Ribeiro)
Autocuidado, beleza, bem-estar e autoestima elevada são essenciais em todas as fases da vida. Muitas vezes, o caminho para alcançar esses objetivos passa por procedimentos estéticos e por cirurgias plásticas. O período em que as pessoas ficaram em casa por causa da pandemia também impulsionou a necessidade de olhar mais para si e com a retomada das atividades econômicas, a busca por procedimentos estéticos e cirurgias aumentou no Brasil.
Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), mostram que o País realiza cerca de 1,5 milhão de cirurgias plásticas por ano, o que faz com que o Brasil divida com os Estados Unidos o primeiro lugar no ranking mundial desses procedimentos.
Com o aumento da longevidade e a busca por qualidade de vida, pacientes da terceira idade tem procurado cada vez mais as cirurgias plásticas e assim ajudam a impulsionar as estatísticas. “Entre as cirurgias de rejuvenescimento facial, o lifting cervicofacial e a cirurgia de pálpebras (blefaroplastia) são as mais comuns e entre as de contorno corporal são a abdominoplastia e a mamoplastia”, afirma o cirurgião plástico Eduardo Lintz.
Ele explica que não existem contraindicações formais nas cirurgias em idosos. No entanto, assim como para qualquer paciente, a avaliação pré-operatória é fundamental e passa pelos exames laboratoriais, cardiológicos e de imagem, de acordo com cada paciente e o tipo de cirurgia indicada. “As condições clinicas pré-operatórias são mais importantes que propriamente a idade dos pacientes. Enfermidades pré-existentes devem ser avaliados como cardiopatias, pneumopatia, hipertensão, diabetes, doenças autoimunes, além das medicações em uso”, esclarece.
Outra peculiaridade dos procedimentos para o público 60+ é que as cirurgias devem ser menos extensas, sempre buscando a maior segurança possível. “Preferimos operar em hospitais com UTI por excesso de zelo. Assim como com os demais pacientes, os cuidados pós-operatórios com os pacientes da terceira idade passam por dieta hiperproteica, drenagem linfática, cuidados com as medicações (adequadas aos pacientes) e orientação a caminhar para evitar trombose”, completa o cirurgião.
Benefícios além dos estéticos
Além de favorecer o bem-estar e ajudar a aumentar a autoestima, cirurgias como mamoplastia e abdominoplastia podem trazer benefícios funcionais e posturais, segundo Eduardo Lintz. “A diminuição das mamas traz conforto e bem-estar. A abdominoplastia com tratamento muscular traz melhor prensa abdominal, auxilia na postura e no funcionamento intestinal. O tratamento de pele pode evitar inflamações cutâneas nos abdomens em avental (com grande excesso de pele). Já, em relação à face e às pálpebras, a blefaroplastia pode melhorar a visão, por aumentar o campo visual”, exemplifica.
O especialista completa: “Segundo o professor Ivo Pitanguy, o ser humano é vaidoso por natureza. Respeitados os cuidados pré e pós-operatórios, os pacientes tem obtido resultados muito satisfatórios”.
PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS SOZINHOS OU COMO ALIADOS
Procedimentos não invasivos como drenagem linfática, preenchimentos com ácido hialurônico, toxina botulínica, lasers, radiofrequência e aparelhos de estimulo de colágeno podem ser indicados ao invés de uma cirurgia, conforme esclarece o cirurgião Eduardo Lintz. “Vale lembrar que muitos destes procedimentos podem ser indicados como complemento às cirurgias”, completa.
