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Carrapato: uma ameaça aos bichinhos de estimação

O verão é a estação do ano em que o parasita se prolifera mais rapidamente, por isso tutores devem estar mais atentos

Cibele Vieira
15/02/2023 às 11:21.
Atualizado em 15/02/2023 às 11:21
A veterinária Aline Molina alerta que a picada de carrapato pode  desencadear diversos sintomas (Rodrigo Zanotto)

A veterinária Aline Molina alerta que a picada de carrapato pode desencadear diversos sintomas (Rodrigo Zanotto)

Se tem uma preocupação que deve perseguir os tutores de animais domésticos o ano todo, seu nome é carrapato. Como ele se tornou um parasita urbano, nos períodos mais quentes do ano os cuidados devem ser redobrados, pois é no calor que as infestações aumentam. Dizem os especialistas que no inverno eles levam até 140 dias para chegar à fase adulta, enquanto no verão cai para 10 dias. Muito comum em cães, eles podem se esconder também em pequenas frestas no ambiente e dificultar o controle. 

“Além do incômodo da picada na pele, que provoca coceira e dermatites, o maior problema são as hemoparasitoses, ou doenças que ele transmite” alerta a veterinária Aline Molina, coordenadora da Clínica Médica do Hospital Veterinário Nova Campinas. Em alguns casos a contaminação provoca inapetência, febre, vômito e diarreia, comprometendo a fisiologia animal e afetando baço, rins e fígado, podendo levar à morte se não tratada a tempo. 

Entretanto, em casos caracterizados como crônicos, os sintomas podem ser ocultos e o animal se torna um hospedeiro, ficando debilitado, mas sem sintomas externos. Por isso, a veterinária recomenda “check-ups periódicos para diagnóstico e tratamento adequado”. Hoje as doenças do carrapato são a principal causa de atendimento nas clínicas veterinárias do país. 

Uma das doenças, a febre maculosa, pode ser transmitida aos humanos. Neste caso, o tratamento deve ser rápido para não evoluir para um desfecho letal, tanto para o homem quanto para o animal. “É um mito que só o carrapato-estrela provoca doenças”, explica Aline: “qualquer espécie pode infectar o animal e o mais comum em ambiente urbano é o Rhipicephalus sanguineus, também conhecido como carrapato-marrom”.

Saber agir corretamente é fundamental

Passeios na rua e no parque ou contato com outros animais podem trazer infestação. A veterinária ensina colocar o pet sobre um tecido branco para escovar o pelo, observando se eles caem. “Também é bom abrir o pelo e massagear a pele para sentir se não tem bolinhas”, diz. Se encontrou, ensina, “é preciso tirar, mas sem puxar direto porque as garras do parasita ficam e vai continuar coçando. Pegue um algodão embebido em vinagre e vá massageando o local onde ele está e torça para retirar”, explica. E nada de banhos com água e vinagre ou fórmulas caseiras, porque podem intoxicar o bichano.   

Outras maneiras de evitar infestações são as medicações em coleiras, em pipetas transdermais, ou pastilhas orais. Tudo depende da orientação do veterinário, que vai avaliar a melhor indicação para cada caso. Entretanto, sempre que um animal aparece infestado, é bom fiscalizar o ambiente.  Estudos indicam que apenas 5% dos carrapatos presentes no ambiente vão para o animal. Por isso é preciso uma boa limpeza local para evitar a recontaminação, usando sprays ou antiparasitários diluídos para lavar o ambiente. 

Como prevenir 

✔ Escovar e dar banhos regularmente

✔ Vistoriar orelhas, entre os dedos, axilas e pescoço 

✔ Observar coceiras e irritações na pele

✔ Evitar deixá-los rolar na grama de parques

✔ Realizar visitas periódicas ao veterinário

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