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Bate-papo com Wilsinho Germano

O atleta e profissional comprometido conversou com a Metrópole sobre sua trajetória

Karina Fusco
27/06/2023 às 12:05.
Atualizado em 27/06/2023 às 12:07

Hoje, Wilsinho não luta mais, mas toda vez que pisa no tatame vêm as lembranças de seu pai Sebastiãopai (Alessandro Torres)

Ele nasceu em 1965 em uma família de lutadores. e conta que seu pai, Sebastião, foi quem abriu a primeira academia de judô de Campinas, a Associação Judô Germano. Por ter insuficiência respiratória, com dois anos e meio, Wilsinho começou a fazer aulas de judô, seguindo os passos do irmão Joaquim, 11 anos mais velho, que já era lutador e atuou na Seleção Brasileira.

Aos 14 anos, Wilsinho foi campeão paulista, aos 15 foi campeão brasileiro e aos 16 bicampeão. Dois anos depois foi convidado a fazer um estágio no Japão, onde ficou por um ano e meio (e até morou em um templo budista). Ao voltar para o Brasil, foi convocado para a Seleção Brasileira, onde ficou até 1993 e ganhou alguns títulos internacionais. Fez faculdade de Fisioterapia de 1988 a 1991 na Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), com especialização em fisioterapia do esporte, treinamento esportivo e fisiologia do exercício. 

Entre 1992 e 2005, ele manteve uma clínica de fisioterapia em Campinas, trabalhando sempre com reabilitação com terapia manual e treinamento e tratamento com exercício. Em 1995, ele e o irmão trouxeram o spinning dos Estados Unidos para o Brasil. “A Germano’s foi a primeira academia no Brasil a oferecer aula de spinning”, afirma o profissional que. em 1999, criou um método de reabilitação utilizando a bike da modalidade e começou a formar professores no Brasil e em toda a América do Sul. Como gosta de cuidar de perto de seus pacientes, optou por fechar a clínica porque viajava muito para ministrar cursos.

Atleta e profissional comprometido (Alessandro Torres)

Mas na biografia do carismático e comprometido profissional há capítulos em que as lesões e dores prevaleceram. De 2014 até hoje Wilsinho passou por 46 cirurgias e nas diversas internações enfrentou infecção, embolia pulmonar e trombose. Venceu todas! “Tive que fazer uma readaptação para seguir em frente”, destaca. A superação considera que alcançou por conta dos exemplos que teve com o pai e o irmão. “Mesmo que fisicamente eu não seja como antes, mentalmente e espiritualmente eu tenho que estar melhor, mas para entender isso é um processo difícil”, confessa. E toda vez que tem a oportunidade de contar sua história de vida, ele faz questão de enfatizar que “o contrário de vitória não é a derrota (que existe para ensinar e fazer crescer), mas sim a desistência”.

Atualmente, mantém uma academia onde atende 58 alunos/pacientes com enorme dedicação. “Sempre penso nas coisas que ele deixou para mim. O mínimo que eu posso fazer é continuar o legado dele”. No caminho de casa para o trabalho, bem antes de o sol nascer, ele agradece pela vida e admira tudo ao seu redor. “No hospital, só via teto branco, por isso, olho para o céu e penso ‘que bênção’, faço minhas orações e peço que continue sendo instrumento de Deus aqui na Terra e que as minhas limitações não sejam um fator limitante para cuidar dos meus alunos”. Ao longo de sua extensa jornada diária, depois de tomar uma injeção para controlar a dor, faz questão de cuidar do paciente como um todo e só o deixa sair de lá melhor do que chegou. “Isso hoje é minha satisfação. Fazer com amor é não fazer com pressa”, garante. Para se cuidar, ele também se exercita e faz terapia com a terapeuta holística Paula Ribeiro, da Florescer, que, segundo ele, o coloca nos eixos.

Wilsinho com a mãe e os dois irmãos (Arquivo pessoal)

Careca, como o chamam, não abre mão de curtir a família. Ele é pai de três meninas: Giulia, de 25 anos, Giovanna, de 21, e Manuella, de 17, e casado com Danielle. Na conversa com a Metrópole, ele demonstrou que segue a vida com muita fé e feliz por trabalhar como personal trainer e fisioterapeuta do esporte, falou da saudade da Germanos, que funcionou por 28 anos, até 2014, do amor pela família e por seu trabalho, e do sonho que quer realizar: “eu ainda pretendo lançar um livro sobre a minha história”, além dos lugares por onde costuma circular. Veja:

Locais para tomar uma cervejinha: eu gosto de degustar boas cervejas artesanais, como as IPAs do Véio e Labirintite, no Daoravida, em Campinas, e no Dom Lúpulo, em Valinhos. Também tem o Smeat, no Gramado, que é um lugar que me agrada muito. Inclusive comemorei os três anos da academia com os meus alunos lá. E como aprendi com o meu pai a gostar de whisky, gosto de um drinque com Jack Daniels de canela, xarope de gengibre e soda feito no Smeat. 

Como bom churrasqueiro, endereços para comprar carne sem erro: no Empório de Carnes Louzada costumo buscar cortes como ancho, contrafilé, angus e a tradicional picanha; No Ramalho também tem um bombom da alcatra excelente. Gosto também de preparar risoto, lasanha com pão sírio e um frango folclórico, refogado com legumes, requeijão, gorgonzola e queijo prato. 

E para a comida do dia a dia: Durante a semana tenho um cardápio mais restrito e consumo muitos legumes e frutas, que costumamos comprar no Oba. No fim de semana pede pizza para comer com as meninas.

Se precisar levar comida pronta para casa: eu passo no Mana Poke.

Festas que gosta de frequentar: adoro as festas da Hípica, as reuniões nas casas de amigos e estou na maior expectativa para a abertura da Boate Apô novamente, no Cambuí. Será um cheiro de naftalina...

Endereços onde se reconecta e busca paz: a igrejinha menor de Nossa Senhora a Desatadora dos Nós, onde sempre compro um tercinho e faço orações, e também a Casa de Jesus. 

Um cantinho especial em casa: fico na bike treinando e ali ouço orações tradicionais e energéticas. O tempo que eu tenho livre procuro de me alimentar de coisas positivas.

Locais agradáveis para o lazer: gosto de ir com a família para a praia, em Peruíbe. Também gosto muito de cinema, teatro e de assistir às apresentações de dança do grupo que minha filha participa, da academia Ritmia, geralmente no Teatro Castro Mendes. Eu e a Dani também gostamos de ir a São Paulo e jantar no Fasano, meu pai foi garçom lá, ou passear na Liberdade, que é onde eu encontro a verdadeira comida japonesa.

Wilsinho com a esposa Danielle e as filhas Giovanna e Manuella (Arquivo pessoal)

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