Ao invés de baladas, o jovem prefere estar com os amigos, realizar os debates e passear junto à natureza (Rodrigo Zanotto)
Estudante do 3º ano do Ensino Médio, Matheus Nucci Mascarenhas, de 17 anos, é um dos criadores de um clube de debates estudantil batizado de Papo Reto, que tem como objetivo desenvolver habilidades que giram em torno do debate, por exemplo a oratória, a persuasão, a retórica e a argumentação. “A cultura de debates competitivos é bem forte no exterior, mas também já existem diversos grupos no Brasil. Eles começaram nas universidades e chegaram nas escolas”, explica. Inclusive em um torneio que aconteceu no ano passado em Campinas, com o apoio do Correio Popular, os integrantes do Papo Reto discutiram assuntos locais a partir da leitura de matérias veiculadas no jornal. Eles participam, inclusive, de competições como o USP Open.
O jovem, que fala muito bem e pensa em cursar a faculdade de Direito e depois atuar no Ministério Público, tem uma rotina puxada por conta da preparação para o vestibular, mas garante que sempre encaixa as atividades de lazer e os treinos de badminton, esporte que pratica há cerca de 10 anos. “O incentivo veio de uma professora, a Andrea de Castro Vieira, que esteve no top 3 do esporte”, revela.
Ele, que gosta de circular pelas ruas, avenidas e locais públicos da cidade e se mostra um bom observador, cita o pensador Pierre Bourdieu que fala dos enclaves fortificados, que são os locais blindados, como shoppings, condomínios e escolas, sem áreas comuns à população, como as áreas verdes, o que ele que percebe claramente em Campinas. “O meu lazer está muito relacionado a esses enclaves, pois frequento muito as casas dos meus amigos e eles a minha”, diz.
Matheus incentiva os jovens a participarem de debates (Arquivo pessoal)
Para mudar um pouco essa realidade, ele gosta de caminhar próximo ao Centro de Convivência Cultural, ver o vai e vem das ruas, o entra e sai das lojas, um frenesi, as mudanças dos espaços. “Vemos uma onda de restaurantes naturais que foram inaugurados. No Cambuí abriram diversos. Por isso é bom andar para sentir a cidade como um organismo vivo”, diz. O lazer junto ao meio ambiente também é algo que o atrai. Em um bate-papo descontraído, ele revelou algumas de sus preferências na cidade. Confira:
Um local para um passeio no fim de semana: aos sábados gosto muito de circular pela feira hippie na Praça do Centro de Convivência Cultural, no Cambuí, e dali sair andando pelas ruas do bairro para esbarrar em lugares novos. Sempre vou com minha namorada ou com minha família.
Locais para passeios junto ao verde: a Lagoa do Taquaral, os espaços da Unicamp e as trilhas de Joaquim Egídio para caminhar ou percorrer de bicicleta.
Um espaço agradável para fazer piquenique: o Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim
Bons restaurantes para um almoço em família: por conta da origem da minha família, gostamos muito da culinária italiana. A Cantina Brunelli e o Restaurante Fellini são boas escolhas. Mas também vamos no Bronco Burger e na Lastro Pizzaria. E vale citar também o Tannur, que é muito legal por servir receitas libanesas que são muito saborosas. Comida rápida e barata que vale muito a pena.
E para ir com a namorada: vamos bastante no Tannur e em pizzarias, como a Vecchio Onofre, no Cambuí. Vamos conhecendo novos lugares.
Estabelecimentos para comprar ingredientes para comer em casa: gosto muito do Hortifruti Cidinha, no Taquaral. Ela também tem um restaurante do lado.
Espaços culturais que te atraem: eu gostava bem mais quando tinha cinema de rua, preferia os do Centro, ao ter que ir ao shopping. Também já fui ao Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas, Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) e também gosto do Museu Exploratório de Ciências, que fica na Unicamp. E vou ao teatro, principalmente no Castro Mendes, quando meus amigos participam das apresentações.
Uma viagem atrativa: gosto de viajar para a praia. A Costa Verde, que liga São Sebastião ao Rio de Janeiro, é linda. Adoro, principalmente, Paraty, que é histórica, e Trindade, que tem praia paradisíaca.
Uma viagem que te marcou: foi quando fui com minha família para o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), na região de Registro, no sul do estado de São Paulo. É o lugar mais preservado da Mata Atlântica no Brasil. Há várias cavernas e trilhas.
Matheus com os amigos em debate no grupo criado no Colégio Notre Dame (Arquivo pessoal)