Passeio

As belezas da Mata Atlântica em Campinas

Uma visita à Mata Santa Genebra, em Barão Geraldo, é uma oportunidade ímpar para se encantar com a fauna e a flora locais

Karina Fusco
25/05/2022 às 14:48.
Atualizado em 25/05/2022 às 14:48
A rica diversidade  é preservada graças ao trabalho do presidente da Fundação, Cidão Santos, e da diretora Sabrina Martins (Thomaz Barrella)

A rica diversidade é preservada graças ao trabalho do presidente da Fundação, Cidão Santos, e da diretora Sabrina Martins (Thomaz Barrella)

Que tal um passeio junto à natureza em um lugar que surpreende pela riqueza de sua fauna e sua flora sem sair de Campinas? A sugestão é visitar a Mata de Santa Genebra, localizada no Bosque de Barão Geraldo, um verdadeiro paraíso verde. Ali, em 251 hectares, está o fragmento de uma floresta do bioma Mata Atlântica, onde vivem mais de 660 espécies vegetais e mais de 220 espécies de fauna. 

Entre os mamíferos há onça-parda, jaguatirica, mão-pelada, lontra, gato-do-mato-pequeno, cachorro-do-mato e três espécies de macaco (sagui, macaco-prego e bugio), sem contar a lebre europeia, que foi introduzida ao ambiente.  Mas vê-los, não é fácil.

Para os observadores de aves, o local é um “prato cheio”. São mais de 200 espécies, entre elas o pica-pau, que vez por outra aparece fazendo arte em alguma árvore! As cores das borboletas são uma atração à parte. No borboletário podem ser encontradas cerca de 20 espécies, com variações sazonais. Ali também se aprende curiosidades como a de que na fase adulta, elas se alimentam apenas de líquidos. Mas, caminhando pelas trilhas, elas são presença constante. Na mata já foram identificadas 702 espécies. Não se pode esquecer, ainda, dos anfíbios, répteis – até uma sucuri já foi flagrada - e insetos. “É uma área bem rica em diversidade”, afirma a bióloga e diretora técnica Sabrina Kelly Batista Martins, que em poucas palavras já demonstra paixão pelo seu ambiente de trabalho.

Quando o foco é a flora, os destaques são as árvores de grande porte, como o Jequitibá, a Peroba e o Jatobá. “Temos aqui Jequitibás que podem chegar a 40 metros de altura, já a Figueira ganha em extensão do tronco. Foram necessárias 11 pessoas dando as mãos para contornar uma espécie localizada no meio da mata”, revela Cidão Santos, presidente da Fundação José Pedro de Oliveira, que faz a gestão do local numa parceria entre a prefeitura de Campinas e o Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

A escolha dos caminhos

Quem passa pela Rodovia Zeferino Vaz, entre Barão Geraldo e Paulínia, não consegue ter a dimensão de quão bonita e atrativa é a Mata de Santa Genebra, que foi tombada como Patrimônio Natural do Estado de São Paulo, em 1983, e de Campinas, em 1992. “A Mata foi doada por dona Jandira Pamplona de Oliveira, viúva do senhor José Pedro de Oliveira, há mais de 40 anos, na condição de que fosse preservada. Isso aconteceu em um momento em que não se discutia o meio ambiente. Foi um grande exemplo, uma vez que o casal deixou esse grande diamante para campineiros e moradores da região”, comenta Cidão.

A melhor forma para observar toda essa riqueza é percorrer uma ou mais trilhas existentes no endereço. De preferência, sem pressa para não perder detalhes que são desconhecidos de quem está acostumado com o vai e vem do asfalto. São duas trilhas abertas (autoguiadas) e duas que só podem ser acessadas na companhia de condutores formados ali mesmo. Por conta própria, os visitantes também podem conhecer o borboletário, o viveiro de mudas (esses dois ficam muito próximos) e o meliponário.

Para visitar o local, o agendamento deve ser feito pelo site. Para fazer com tranquilidade as trilhas livres - que são bem sinalizadas -, observando tudo, Sabrina recomenda reservar pelo menos duas horas. Se houver interesse pelas outras que necessitam de acompanhamento, o procedimento de agendamento é o mesmo.

Tem ainda os passeios noturnos, que foram interrompidos com a pandemia, mas serão retomados. São oportunidades ímpares de ouvir sons, que segundo Cidão, se distinguem daqueles captados durante o dia. “O percurso é o mesmo, mas os visitantes caminham com lanternas e vão ouvindo histórias e lendas, com paradas sensoriais. A maioria da fauna tem hábitos noturnos. É difícil, mas há chances de encontrar uma onça”, diz Sabrina. Basta ir uma vez para já programar a próxima visita. 

Dicas básicas para aproveitar bem o passeio 
- Use protetor solar, mesmo no outono / inverno
- Use repelente
- Não se esqueça do boné ou chapéu
- Vá de calça comprida e tênis.
- Leve máquina fotográfica ou o celular com a bateria completa.

Programe-se

MATA DE SANTA GENEBRA
Rua Mata Atlântica, 447, Bosque de Barão Geraldo - Campinas/SP
Contatos: (19) 3749-7200 ou
[email protected]
Site: www.fjposantagenebra.sp.gov.br

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