ESPECIAL SAÚDE DO HOMEM

“Andropausa”: sintomas e tratamentos para a queda do hormônio masculino

Processo não atinge a maioria dos homens, mas pode provocar sinais desconfortáveis, como baixa libido, desânimo e perda de força muscular

Aline Guevara
02/12/2022 às 09:49.
Atualizado em 02/12/2022 às 10:00
O endocrinologista Danilo Villagelin e o urologista André Meirelles defendem que o tratamento pode melhorar a qualidade de vida do homem (Divulgação)

O endocrinologista Danilo Villagelin e o urologista André Meirelles defendem que o tratamento pode melhorar a qualidade de vida do homem (Divulgação)

A testosterona é o principal hormônio masculino. Começa a ser produzido na puberdade e é responsável por algumas características típicas, como “o aumento da massa muscular, o ganho de massa óssea e o crescimento da barba e de pelos pelo corpo”, explica o endocrinologista Danilo Villagelin, do Hospital PUC-Campinas. Mas a partir dos 40 anos é comum que o corpo passe por um processo de queda progressiva da produção deste hormônio, o que pode levar ao que é popularmente conhecido como “andropausa”. 

Mas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, este termo não é correto, uma vez que ele não é o equivalente à menopausa feminina, afinal “não ocorre em todos os homens que envelhecem, os sinais e sintomas não são exclusivos dessa entidade e não se manifesta em uma estreita faixa etária”, cita artigo publicado no portal do grupo. Existe então um termo mais técnico usado no meio médico: Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), e segundo dados do Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, atinge pelo menos 20% dos homens na faixa de 60 a 70 anos.

De acordo com o urologista André Meirelles dos Santos, chefe do Serviço de Urologia do Hospital PUC-Campinas, existem alguns sintomas clínicos comuns que podem ser identificados no DAEM: diminuição do desejo sexual, piora na qualidade da ereção, desânimo, cansaço e perda da força muscular. “Acontece que esses não são sintomas únicos do DAEM. Eles também podem surgir quando o paciente está com depressão, ansiedade, estresse, até com problemas no relacionamento. É mais difícil fazer o diagnóstico porque a queixa não é específica”, pondera o médico. Para André, como um dos principais sinais é a disfunção erétil, ainda existe um certo tabu em torno do assunto. “Se o homem torce o pé, ele marca um ortopedista, mas se ele tem problemas de ereção nem sempre marca uma consulta. Mas isso tem mudado e muitos chegam no consultório até já desconfiando que pode ser problema hormonal”. O importante, aponta ele, é sempre buscar ajuda médica.

Diagnóstico e tratamento

Como os sintomas não são determinantes para um diagnóstico, este precisa ser feito a partir da coleta de sangue e da dosagem das taxas de testosterona. “Uma vez que tenhamos o diagnóstico, pode ser feito o tratamento clínico com hormônios, que costuma melhorar muito a qualidade de vida do paciente”, pondera o urologista. Algumas podem ser vistas até com mudanças de hábitos do paciente, como controle de peso, inclusão de atividades físicas e hábitos saudáveis. Mas existe um tratamento com reposição hormonal. Sobre ele, o endocrinologista Danilo Villagelin explica que o procedimento é simples. “Basicamente o tratamento pode ser injetável, mensal ou trimestral, ou a partir do uso de cremes que são absorvidos pela pele. Os dois tipos apresentam pontos fortes e fracos, e sempre deve existir uma discussão entre médico e paciente para se definir qual é o melhor para ele”, completa.  

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por