CÉLIA FARJALLAT

Mestres e crianças

17/10/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:59

Outubro o mês das crianças e dos professores. Aquelas tiveram uma semana inteira: os professores também têm seu dia em outubro . O que leva a gente a meditar no destino destes dois segmentos da sociedade, ambos marginalizados , envoltos em problemas de toda a sorte. Embora se diga que este século da criança ela continua a ser marginalizada , sendo muitas vezes vítima de abusos e explorações . Quanto aos professores , seus problemas são numerosos , havendo quem proclame que os robôs , os cérebros elétricos serão os mestres do futuro.Sei que há uma verdadeira indústria do menor carente; verbas que lhes são destinadas, nem sempre ao alvo e ele acaba sem perdendo nas malhas das drogas e da prostituição . Outras com reais potencialidades , caem nas mês de sujeitos que as exploram ou fazem nas ruas o aprendizado de todos os vídeos.O estudioso do problemas comparou-as às galinhas num terreno caipira , passando a vida na obsessão de achar alguma coisa para comer. São criaturinhas sem amanhã, usadas como objetos descartáveis, filhas da falta de planejamento , crianças indesejáveis e infelizes.Algumas conseguem superar a adversidade, e salvam-se. O que mais revolta saber que todas poderiam salvar-se , se tratadas com humanidade e justiça.Os professores também formam uma classe desprotegida, mal paga e esquecida dos poderes públicos . Cada governo que sobe faz promessas mal cumpridas .Por isso, numerosos bons mestres acabam deixando o cargo, procurando trabalho em outros lugares .Perguntam-me muitas vezes se vale a pena ser professor . Acho que sim , pois apesar de tudo vale a pena passar a vida ensinando na escola , E creio na frase tantas vezes repetida : o professor ?antes de tudo um forte. Ele uma criatura frugal e resistente No início de sua carreira pode ser que tenha que trabalhar numa escola da roça sem conforto algum. Mas ele logo se acostuma e , ao deixar este lugar para outro melhor , ele chega a se comover . E ainda outra coisa curiosa : a vocação passa de pai a filho. Eu mesma fui professora por mais de 40 anos, e minha duas filhas , jovens ainda fizeram questão de entrar no magistério também. E garantem que se deixarem as escolinhas distantes , onde lecionam , serão infelizes. Claro , nem todas as jovens possuem esta disposição . Umas querem ser bailarinas, outras médicas, e muitas jovens não querem fazer nada . Vou-me casar , diz a Estela, e não quero ser nada mesmo. Vou passear, viajar para os Estados Unidos, casar-me com um artista bem legal . Ser professor ? Deus me livre! Cruz Credo !!!

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