Outubro o mês das crianças e dos professores. Aquelas tiveram uma semana inteira: os professores também têm seu dia em outubro. O que leva a gente a meditar no destino destes dois segmentos da sociedade, ambos marginalizados , envoltos em problemas de toda a sorte. Embora se diga que este século da criança ela continua a ser marginalizada, sendo muitas vezes vítima de abusos e explorações. Quanto aos professores , seus problemas são numerosos , havendo quem proclame que os robôs , os cérebros elétricos serão os mestres do futuro. Sei que há uma verdadeira indústria do menor carente; verbas que lhes são destinadas, nem sempre ao alvo e ele acaba sem perdendo nas malhas das drogas e da prostituição. Outras com reais potencialidades, caem nas mês de sujeitos que as exploram ou fazem nas ruas o aprendizado de todos os vídeos. O estudioso do problemas comparou-as às galinhas num terreno caipira , passando a vida na obsessão de achar alguma coisa para comer. São criaturinhas sem amanhã, usadas como objetos descartáveis, filhas da falta de planejamento , crianças indesejáveis e infelizes.Algumas conseguem superar a adversidade, e salvam-se. O que mais revolta saber que todas poderiam salvar-se , se tratadas com humanidade e justiça. Os professores também formam uma classe desprotegida, mal paga e esquecida dos poderes públicos. Cada governo que sobe faz promessas mal cumpridas .Por isso, numerosos bons mestres acabam deixando o cargo, procurando trabalho em outros lugares. Perguntam-me muitas vezes se vale a pena ser professor. Acho que sim, pois apesar de tudo vale a pena passar a vida ensinando na escola. E creio na frase tantas vezes repetida: o professor? Antes de tudo um forte. Ele uma criatura frugal e resistente. No início de sua carreira pode ser que tenha que trabalhar numa escola da roça sem conforto algum. Mas ele logo se acostuma e, ao deixar este lugar para outro melhor, ele chega a se comover . E ainda outra coisa curiosa : a vocação passa de pai a filho. Eu mesma fui professora por mais de 40 anos, e minha duas filhas, jovens ainda fizeram questão de entrar no magistério também. E garantem que se deixarem as escolinhas distantes, onde lecionam, serão infelizes. Claro, nem todas as jovens possuem esta disposição. Umas querem ser bailarinas, outras médicas, e muitas jovens não querem fazer nada . Vou-me casar , diz a Estela, e não quero ser nada mesmo. Vou passear, viajar para os Estados Unidos, casar-me com um artista bem legal. Ser professor? Deus me livre! Cruz Credo!!!