Mercado já reage à crise

Comprovando que, aos poucos, o mercado está reagindo à crise e começa a registrar melhora nas vendas, a Azul Veículos teve 8% de aumento no volume de seminovos comercializados em abril, em relação às vendas de março. Os sinais de aquecimento, na análise de Rubens Reis, diretor da rede, que é formada por duas unidades em Campinas e uma em Paulínia, começaram a ser notados após o turbulento primeiro trimestre, tradicionalmente marcado pelas despesas sazonais de começo de ano. Outra mudança salutar para o comércio em geral é a preocupação dos clientes com o comprometimento da renda e endividamento, preferindo agora negociações mediante entrada correspondente a 20% ou 30% do valor do carro e o restante parcelado em até 48 meses. Nessas condições é possível conseguir taxas de juros a partir de 1,5%. “Hoje o cliente não compra mais por impulso. Ao contrário, ele pesquisa as melhores ofertas de produtos, condições de negociação e avaliação do veículo”, compara Reis. Quem antes optava em comprar um automóvel sem entrada e com prestações a perder de vista ficava muito tempo fora do mercado, em virtude do comprometimento da renda familiar, situação evitada hoje pela maioria dos clientes. Carros O estoque da rede Azul Veículos é formado, em média, por 300 unidades. A maioria dos automóveis está em uso há cinco ou seis anos e dentro da faixa de preço mais procurada no mercado — entre R$ 25 mil e R$ 35 mil —, que representa 70% das vendas. Outros 30% da clientela no mercado buscam por veículos com preços entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. Contudo, os carros que ficam poucos dias no pátio da loja são seminovos, com dois ou três anos de fabricação, produtos com giro rápido. Tão importante quanto o preço é o estado de conservação do produto, assim como sua procedência. “Temos um perito técnico para checar motor, estrutura, chassi, além dos itens obrigatórios de vistoria”, aponta Reis. Um automóvel que melhor atenda às necessidades de uma família ou perfil do cliente, é preferido mesmo que seu valor ultrapasse em até R$ 5 mil a ideia inicial de preço. “É fundamental a qualificação do consultor de vendas para atender o que o cliente procura”, ressalta o diretor da Azul Veículos. Captação A captação de veículos para a Azul Veículos é feita, basicamente nas concessionárias responsáveis por fornecer 60% das unidades comercializadas nas três lojas da rede. Da negociação com clientes surgem 40% dos automóveis colocados à venda. Há, ainda, os veículos em consignação. Trata-se de uma prestação de serviço que começou a atender uma demanda reprimida existente no mercado. “Havia uma carência de atendimento de carro de cliente no mercado”, diz Rubens Reis, diretor da Azul Veículos. Foi pensando nesse perfil de cliente pessoa física, que a rede desenvolveu o programa de consignação com confiança, e tem intermediado muitas vendas com sucesso. Crescimento Os números divulgados pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), referentes à comercialização de veículos seminovos e usados, no primeiro trimestre de 2015, mostram sinais de uma retomada de crescimento do setor. Os números revelam que o primeiro trimestre deste ano fechou com 3.108.439 veículos comercializados, um aumento de 2,6% em relação ao primeiro trimestre de 2014. O presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, vê com otimismo esses números, acreditando numa boa trajetória do setor. Para ele, “os números de março são promissores e nos trazem a perspectivas de que o veículo seminovo, cada vez mais, vem se tornando uma excelente escolha para o consumidor que deseja adquirir um veículo com qualidade, com pouco tempo de uso e um custo justo que caiba em seu orçamento”, diz. Vantagens Ainda de acordo com o representante da Fenauto, o momento agora na economia do País exige planejamento de gastos. O consumidor deve estudar bem o mercado e planejar sua compra visando obter o melhor custo e benefício na compra de um bem. Nesse quesito, diz Santos, o seminovo vem preenchendo as exigências. “Estimamos que, cada vez mais, produto estará presente no planejamento de compras dos consumidores”, afirma. Santos lembra, ainda, de outras vantagens que vêm impulsionando a escolha pelo veículo seminovo, como os custos menores de IPVA e seguro, tornando sua oferta ainda mais interessante para o consumidor.