Ataques em série afastam clientes do local; até hoje, ninguém foi preso
Imagem das câmeras de segurança captam as ações dos bandidos (Captura)
Um minimercado localizado no Jardim Orquídea, em Sumaré, foi atacado 20 vezes por bandidos armados em um período de um ano. Da última vez, no final do mês passado, uma balconista foi feita refém por um dos criminosos que a usou como escudo para sair do estabelecimento, entrar em uma caminhonete e fugir. Todas as ações foram gravadas pelas câmeras do circuito interno de segurança do minimercado. Apesar das imagens dos criminosos terem sido registradas e encaminhadas para a Polícia Civil, nenhum dos assaltantes foi identificado ou preso.
O proprietário do comércio, Antonio Francisco Silva Santos, disse que já somou R$ 30 mil em prejuízo com as ações dos bandidos. Os assaltos acontecem com mais frequência no período da noite, logo após o escurecer. O foco dos ladrões é o caixa e também produtos como cigarros e bebidas. O comerciante diz que em alguns casos a ação é cometida pelos mesmos bandidos. “Tem um que sempre vem em época de saidinha de preso. Não é coincidência.”
Um dos casos mais graves aconteceu com a mulher do comerciante, no ano passado. Margarida Alves da Silva estava no balcão quando o ladrão entrou armado, pediu dinheiro e a mulher, desesperada, simulou passar mal e desmaiar. Ele se aproximou da mulher e começou a chutar seu pé, mandando ela se levantar. Margarida resolveu “acordar” e foi até o caixa pegar o dinheiro. Lá abriu uma gaveta. O movimento assustou o bandido que atirou. Por sorte, a bala bateu no caixa e foi parar em uma das paredes do estabelecimento.
O buraco feito pela bala ainda está no local. “Foi terrível. Ele atirou do nada porque achou que eu fosse reagir. Infelizmente é essa situação que temos que passar.”
Além de viver com medo de um próximo ataque e do prejuízo material, o comerciante reclama que perdeu muitos clientes, que passaram a evitar o local no período da noite. “Ganhamos fama e muita gente deixou de comprar à noite com medo dos assaltos”, afirmou.
Outro problema é a dificuldade de conseguir funcionários. “Uma menina tinha acabado de começar a trabalhar, ficou duas horas no balcão e fomos assaltados. Ela nunca mais voltou, nem para receber esse tempo de trabalho. Assusta né? Os assaltantes viraram nossos clientes preferenciais”, ironizou.
Santos disse que aumentou o número de câmeras do circuito interno, agora são oito, fechou uma das portas do estabelecimento e contratou um vigilante para o período da noite. “Um outro mercadinho vizinho fechou por não aguentar esses ladrões. A gente trabalha direitinho, paga imposto e não temos segurança. E na delegacia nada é resolvido nunca.”
Os casos estão sendo investigados pelo 2º Distrito Policial de Sumaré. O delegado Elias Kobayashi foi procurado ontem, mas não quis comentar os assaltos no local.