Ainda no gramado, após a vitória sobre o Flamengo, Joel Santana disse que acabava de conquistar seu oitavo título carioca. E eu fui na dele. Na verdade, Joel tem sete títulos (dois pelo Botafogo, dois pelo Vasco, dois pelo Flamengo e um pelo Fluminense). Ele coloca na conta o campeonato de 87, quando deixou o Vasco e foi substituído por Lazaroni. Tudo bem que ele comandou o time em 26 dos 31 jogos antes de ir trabalhar nos Emirados Árabes, mas não dá pra dizer que foi o técnico campeão. Ele disputou seis clássicos, ganhou um, empatou quatro e perdeu outro. Lazaroni dirigiu o time no final do terceiro turno e na fase decisiva. Se quiser o título carioca de 87, Joel terá de “devolver” o de campeão brasileiro e da Copa Mercosul de 2000, já que assumiu o Vasco na reta de chegada da Copa JH e só terminou o trabalho de Oswaldo de Oliveira, demitido incompreensivelmente por Eurico Miranda. Joel comandou o time apenas na final da Mercosul e nos últimos três jogos do Brasileiro. De qualquer forma, Joel tem sete títulos cariocas e só perde para Flávio Costa, oito vezes campeão nas décadas de 40 e 50. O apelido de Rei do Rio é merecido. Considero Joel um treinador mediano, mas seu desempenho no Rio é fantástico. O Bota era o quarto favorito ao título e mesmo assim levou a taça. Mas, fora do Carioca, Joel é bem fraquinho. Na Copa do Brasil, foi eliminado em casa pelo Santa Cruz. No Brasileiro, acredito que irá sofrer muito com esse mesmo Botafogo. E, além de fraquinho, o Rei do Rio é um fanfarrão. Primeiro, pediu para ser incluído na Calçada da Fama do Maracanã. Seria justo, mas não é o tipo de coisa que se pede, ainda mais de forma tão oportunista. E depois insinuou que pode substituir Dunga após a Copa do Mundo. Menos, Joel, menos...