Menos desgaste para pagar os estudos

Apesar do aumento expressivo no número de instituições de Ensino Superior e de Especialização em todo o País, muitos dos que sonham com uma qualificação profissional esbarram na renda insuficiente, ou no medo de assumir uma dívida que não consiga pagar, para tentar uma vaga no Ensino Superior ou buscar uma pós-graduação, MBA ou especialização.Dados do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) mostram o tamanho da evolução. De 2000 a 2012, o número de instituições de Ensino Superior passou de mil para 2.416, sendo 2.112 particulares. Há no País atualmente 45 milhões de pessoas de 18 a 35 anos e quase 7 milhões estudando em cursos de nível superior — entre graduação, pós-graduação, cursos sequenciais e de formação específica, segundo estatísticas de 2012 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).Com um mercado represado e ávido por uma formação de nível superior, investidores começam a olhar com mais atenção a esse filão que só tende a crescer tendo em vista o baixo índice, de apenas 17%, de trabalhadores com carteira assinada com formação de nível superior contra 30% na Argentina, mais de 20% na Bolívia e 80% na Coreia do Sul.Em 2006, o crédito universitário PraValer foi criado para suprir esse mercado e oferecer ao universitário mais tranquilidade para pagar o curso de graduação e depois o de pós-graduação sem acabar na ruína financeira. Pelo PraValer, o valor do total do curso pleiteado é pago no dobro do período de sua duração. Um curso de dois anos é pago em quatro e assim por diante com taxas de juros de no máximo 1,99% ao mês. Atualmente, mais de 40 mil estudantes no Brasil aderiram ao programa disponível, atualmente, em 300 instituições de ensino que oferecem juntas mais de 15 mil cursos (graduação, pós-graduação e técnico).O diretor de Marketing Rafael Baddini, da Ideal Invest, responsável pelo PraValer, faz uma breve análise do mercado do Ensino Superior e de Especialização e sua previsão de crescimento. Correio Popular — O Ensino Superior particular e de Especialização em suas diversas modalidades está em franca expansão. O setor passou de pouco mais de mil instituições em 2000 para 2.416 em 2012, sendo 2.112 particulares. Há ainda espaço para crescer mais? Até quando?Rafael Baddini - O setor privado, a começar por nós, já está se preparando para o crescimento que virá. Não tenho dúvidas de que vamos precisar de um bom volume de recursos para atender uma quantidade de alunos muito maior do que hoje. Daqui a alguns anos, quando o setor chegar a 10 milhões de alunos, que é a meta do governo, pelo menos 30% deles recorrerão a algum tipo de financiamento.A que se deve, na sua opinião, um crescimento como esse?Anualmente, mais de 7 milhões de brasileiros fazem a prova do Enem. Mas, no fim das contas, cerca de 2,5 milhões se matriculam na graduação em instituições de ensino e muitos deles dão continuidade em pós-graduação. Em outras palavras, existe uma demanda que se interessa pelos estudos, mas está longe da universidade. A maioria é, sim, por questões financeiras. Isso não é um chute, pois cerca de 70% dos inscritos no exame não pagaram a taxa de inscrição, uma prerrogativa para quem não tem renda ou vem de escola pública. Ou seja, quase dois terços do total dos estudantes que pleiteiam uma vaga na faculdade têm problema financeiro para pagar um curso superior. Se formos levar em conta sobre o teto, podemos dizer que a estimativa é que exista hoje mais de 24 milhões de brasileiros, entre 18 e 24 anos, fora do Ensino Superior. Sem dúvida, precisamos concentrar nossos esforços, tanto na iniciativa pública quanto na privada, para beneficiá-los. O senhor acredita que o financiamento é a única via de crescimento desse setor? E a inadimplência, como está nesse tipo de financiamento?Sim, acreditamos que o financiamento é a principal alternativa. Um estudo nosso com os beneficiados pelo crédito universitário PraValer revelou que 86% não fariam o curso em que estão matriculados se não tivessem a opção de financiar com o programa. Ninguém duvida que esses dados são uma prova clara de que precisamos pensar mais sobre o assunto. A inadimplência está controlada e fica abaixo da média do mercado.Que tipo de aluno recorre ao financiamento privado do Ensino Superior? A qual faixa de rendimentos ele pertence? A chamada "nova classe média" já aderiu? Quais as exigências e garantias que ele deve oferecer para ser aceito no programa?Em geral, recorrem ao PraValer jovens de classe BC, que enxergam a educação como um meio para acessar bons empregos ou empreender. A maioria possui um alto envolvimento com os estudos, deseja fazer pós-graduação e acredita no financiamento estudantil como facilitador para esse processo. A contratação do crédito é simples, online e sem burocracia. O aluno faz a solicitação através do site pravaler.com.br e sabe, na hora, se tem crédito pré-aprovado. Qual o valor médio predominante no financiamento procurado pelo estudante? O aluno que busca o PraValer pleiteia mensalidades cerca de 70% acima da média dos cursos (em torno de R$ 860,00). Na sua opinião, os bancos privados vão entrar nesse filão?O financiamento no Brasil é muito incipiente. Como este mercado ainda não é consolidado e, para os bancos, ainda é muito pequeno, o foco volta-se para outras linhas de crédito como o imobiliário, por exemplo. Recentemente, a Ideal Invest formalizou a participação acionária do Itaú Unibanco, maior conglomerado financeiro da América Latina. A transação não altera a gestão da companhia, mas potencializa a expansão do crédito universitário no país. Com o acordo comercial, além da compra de participação acionária na Ideal Invest, o Itaú Unibanco cedeu sua carteira de crédito universitário para um dos FIDCs (fundos de recebíveis) geridos pela Ideal Invest. Com isso, mais 6 mil alunos passam a fazer parte da carteira da gestora do PraValer, reforçando o trabalho das duas companhias na construção da melhor empresa de soluções financeiras de acesso à educação.