Meio seguro de atravessar uma rodovia

No dia a dia corremos uma série de riscos involuntários que podem levar a acidentes. No entanto, é injustificável que o próprio cidadão coloque sua vida em risco. É o que se vê diariamente nas rodovias que cortam a área urbana da cidade, onde muitos pedestres arriscam a sua vida, e a dos ocupantes de veículos, ao ignorarem as passarelas e atravessarem as pistas em meio ao contínuo fluxo de veículos.

Passarelas foram criadas para permitir uma passagem segura em locais onde há uma grande concentração de moradores às margens de rodovias. Obviamente, para poder se elevar sobre a pista, ela exige uma caminhada vertical via escada ou rampa. Assim, ela requer que os pedestres andem mais e gastem mais energia do que fariam para atravessar uma pista em nível.

É por causa desses passos a mais que muitos acabam atropelados e perdendo a vida. Conforme mostrou reportagem publicada ontem no Correio, levantamento feito pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) mostra que cerca de 21% das mortes por atropelamento nas rodovias concedidas no Estado acontecem a menos de 200 metros da passarela.

A imprudência quase sempre é explicada pela pressa. Na opinião dos pedestres, é mais rápido atravessar a pista por entre os carros do que usar passarela, mesmo que seja na movimentada Rodovia Anhanguera. Outros alegam que a passarela está muito distante ou então não apresenta segurança para uso – medo de assalto. Nem mesmo os muros altos ou cercas de proteção colocados pelas concessionárias entre as pistas conseguem conter os apressados.

Atentas a esse sério problema, as concessionárias promovem campanhas de conscientização nas comunidades próximas às pistas para incentivar o uso das passarelas. Também reforçam a sinalização nestes locais, alertando os motoristas com placas e sinalização eletrônica. Um exemplo da funcionalidade das passarelas é atestado na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba. A instalação desses equipamentos contribuiu para reduzir em 41%, nos dois últimos anos, o número de mortes por atropelamento na rodovia.

O fato é que o pedestre não pode ignorar esse equipamento que garante a sua vida — e a dos ocupantes do veículo —, mesmo que para isso precise andar alguns metros a mais. Em sua amplitude, o conceito de cidadania inclui o necessário comportamento responsável na vida social. Pelo bem de todos.