Após arrematar o estádio, a empresa gaúcha quer agir com respeito ao Guarani e não teme reviravolta no leilão
Dárcio Vieira Marques, representante da Maxion: disposição em negociar ( Dominique Torquato/AAN)
Depois de arrematar o Estádio Brinco de Ouro por R$ 105 milhões na última segunda-feira (30), a Maxion Empreendimentos Imobiliários acompanha o desenrolar do caso sem preocupação. Ciente dos embargos prometidos pelo Guarani e pela Prefeitura e da revolta dos torcedores bugrinos, a empresa gaúcha permanece otimista. Em entrevista concedida ao Correio Popular, o advogado Dárcio Vieira Marques, representante do grupo, garantiu que não há pressa para assumir a área e que não teme uma reviravolta no leilão, mesmo com a ameaça de lances de outros investidores por um valor maior. Segundo o advogado, a empresa não tem nenhuma intenção de agir de maneira abrupta para tomar a posse do estádio. E que até pensa em conversar com o clube para ver a melhor forma de realizar essa transição. "A Maxion gosta da negociação, do diálogo, não usa o poder econômico para esmagar. Nós arrematamos, mas vamos ver como se conclui essa operação", disse. "Sabemos que há um calendário esportivo e não pretendemos impor nenhuma ação drástica e nem obscurecer a história do clube", completou. Continua fora de cogitação, no entanto, uma contrapartida ao Guarani. Para Marques, o clube não vai acabar se perder o estádio. "Esse foi um acidente de percurso na vida do Guarani, mas acredito que vão encontrar um caminho. Sabemos que eles têm 300 hectares de um terreno às margens da Rodovia dos Bandeirantes", lembrou o representante. "Se os torcedores amam mesmo a camisa, o clube não vai morrer porque perdeu o estádio." Sobre um possível impasse com a Prefeitura, também não há insegurança por parte da empresa, que promete um projeto ousado e que será viável. "Estamos tranquilos. Acredito que o prefeito busca o bem comum e queira o melhor para cidade. Vamos sentar com ele, ver o que é bom para o município e o que podemos fazer para integrar lazer, esporte e meio ambiente naquele espaço. Qualquer projeto tem que ser aprovado, pois não colocamos nenhuma condicionante." A informação veiculada, nesta quarta-feira (1), de que o Grupo Sena, do ramo de construções, entregou uma oferta à Justiça no valor de R$ 227 milhões, também não causa nenhum transtorno para a Maxion. "Eles estiveram na audiência, tiverem tempo para formular proposta e não fizeram. Isso consta nos autos. Agora não podem reclamar", disse Marques, que concluiu falando que a empresa não tem pressa para esperar a resolução do caso. "Quando se entra num negócio desses, tem que saber que vai haver disputa. É um risco assumido e estamos conscientes disso." NEGOCIAÇÃO A ideia de Guarani e Maxium conversarem para tentar encontrar uma forma de amenizar os impactos do arremate é corroborada pelo juiz Carlos Eduardo Oliveira Dias, da 1ª Vara do Trabalho. "Eu disse isso diretamente para o Horley Senna, presidente do Guarani. Entendo que o melhor caminho para o clube seria procurar a empresa e tentar uma negociação para viabilizar a continuidade da instituição." TIME O técnico Ademir Fonseca comandou um novo treino tático, nesta quarta, e repetiu o time da atividade anterior. A expectativa é que, nesta quinta-feira (2), seja realizado um coletivo. A provável formação deve ser a seguinte: Neneca; Oziel, Thiago Carpini, Guilherme e Bruno Pacheco; Coppetti, Cambará, Malaquias, Fernandinho e Adalgiso Pitbull; Nunes. SÓCIO-TORCEDOR Durante a vigília que acontece, nesta noite de quinta, no Brinco de Ouro, haverá uma tenda para adesão de novos sócios-torcedores. O clube quer aproveitar a ocasião para aumentar o número de participantes do projeto. Segundo o programa Futebol Melhor, o Bugre conta com apenas 2.901 sócios-torcedores.