Grande Beleza, de Paolo Sorrentino ( Divulgação)
Num dia fraco, aposte na ótima reprise A Grande Beleza (Max, 22h, 16 anos), de Paolo Sorrentino (2013). A vida é séria, mas não a leve tão a sério parece dizer o jovem diretor de 43 anos. Jovem carrega leve tom irônico, pois lhe caberia melhor a “meia-idade”; mas pareceria cedo para ele falar em decadência, velhice e morte. O escritor Jap Gambardella (Toni Servillo) comemora 65 anos com festa na mansão onde vive com vistas para o Coliseu de Roma. O peso da história está em frente aos convidados, mas estes parecem pouco se importar. Dançam e cantam uma dessas músicas grudentas que levam corpos envelhecidos a balançarem usando mímicas infantis como se, num passe de mágica, o baile tosco lhes trouxesse a juventude de volta. E como se a grande música clássica estivesse em ruínas, igual ao Coliseu. Jap tem consciência da própria decrepitude, mas brinca com ela. “Se há algo de que posso me dar ao direito aos 65 é não fazer o que não quero”, ele diz. Por isso, é tão mordaz ao falar umas doloridas verdades a uma amiga a fim de não se arrepender de não ter dito.