JULIANNE CERASOLI

Massa demarca território

Julianne Cerasoli
faleconosco@rac.com.br
04/04/2014 às 22:03.
Atualizado em 27/04/2022 às 01:19

Felipe Massa experimentou o outro lado das ordens de equipe no GP da Malásia. Sim, ele ouviu o mesmo "fulano é mais rápido que você" que há quase quatro anos e, assim como na vitória cedida para Fernando Alonso no GP da Alemanha de 2010, isso não era exatamente verdade, mas sua reação lhe fez ganhar moral dentro da Williams.A situação inteira é diferente, que fique bem claro. A Williams hoje tem estreita relação financeira com parceiros financeiros brasileiros, o que deixa o piloto em uma situação mais confortável para demarcar território. Era a segunda etapa do campeonato, apenas dois pontos em jogo — e a forma como a equipe deu a ordem lhe abriu a brecha para uma reação distinta ao obediente Massa da Ferrari. Analisando racionalmente, a Williams esteve correta em dar a Valtteri Bottas a chance de ultrapassar Jenson Button. O finlandês vinha com pneus cinco voltas mais novos que o inglês — Massa havia parado duas voltas depois da McLaren — e o brasileiro já estava há algum tempo atrás de Button. Na Malásia, devido ao calor, não só os pneus estavam se degradando muito rapidamente (principalmente quando um carro ia muito perto do outro), como também o motor se superaquecia. Como a ideia da equipe era dar a chance de Bottas superar o inglês e, caso o finlandês não conseguisse, devolver a posição a Massa, o pensamento fazia sentido.O problema foi a execução. Dizer "Vatteri is faster than you" para um piloto que desistiu da única vitória que estava em suas mãos dos últimos seis anos justamente após ouvir a mesma frase mostra, no mínimo, falta de tato dos engenheiros da Williams, que não serão os mesmos que comandarão as comunicações a partir deste final de semana. Agora, volta o diretor técnico Pat Symonds, que não viajou à Malásia, e assume a chefia um antigo aliado de Massa na Ferrari, Rob Smedley.Por tudo isso, a reação de Massa foi importante para que o episódio não se repita. A Williams sabe que esqueceu que havia um ser humano dentro daquele carro. Massa ouviu por quatro anos que se tornou capacho de Alonso e não deixaria que a história se repetisse.A Williams sabia de tudo isso quando o contratou. E Massa sempre destacou o quanto o respeito com que foi tratado desde o primeiro momento no time lhe era importante. Portanto, como parece que o brasileiro e o competente Bottas ainda se encontrarão bastante pelas pistas, é inteligente usar o episódio da Malásia para estabelecer procedimentos que impedirão novos constrangimentos. Veremos se funciona na prática.

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