GUTO SILVEIRA

Massa de manobra

Guto Silveira
22/03/2013 às 06:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:36

O que o Sindicato dos Servidores Municipais (SSM) fez com os integrantes da categoria foi algo, no mínimo, desrespeitoso com todos eles. Convocou-os para uma assembleia na Câmara Municipal nesta quinta-feira (21) à noite, que poderia ter sido realizada na sede do sindicato como dezenas de outras já realizadas. O objetivo, muito claro, foi pressionar os vereadores a rejeitarem o projeto que revogaria o aumento do IPTU. E uma horda de homens de bem, mas enganados, foram lá defender um reajuste abusivo e extorsivo, como afirmou o vereador Marcos Papa (PV).

A história vendida aos servidores é que a revogação, não aprovada, poderia refletir no reajuste e até no atraso do pagamento de seus salários, como defendeu o vereador governista Capela Novas (PPS). Balela. Primeiro que a revogação não poderia ser para este ano. Segundo porque a arrecadação do aumento do IPTU nem está prevista no Orçamento de 2013. Mas no emaranhado de informações pouco verídicas (para não dizer mentirosas) fez com que mais de 200 servidores defendessem um aumento de IPTU que a cidade inteira critica.

Devem estar satisfeitos. Uma enganação que jamais poderia partir de uma diretoria sindical que trabalhou em favor do governo municipal, como forte aliada. A diretoria do SSM já foi melhor. Pelo menos não se tem notícia que enganasse seus sindicalizados para defender as mesmas teses do patrão. É claro que o presidente nega tudo isso. Difícil é quem não reza pela cartilha dele acreditar.

SOBROU

Entre os manifestantes que foram à Câmara Municipal nesta quinta-feira (21) apoiar a revogação do aumento do IPTU estava o ex-vereador José Antônio Lages, o Professor Lages. Foi o bastante para que o vereador e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Walter Gomes (PR), falar da tribuna que o ex-vereador votou a favor da atualização da Planta Genérica de Valores de 2001, que elevou o IPTU em até 901%. Não contente, Gomes mostrou o mapa de votação da sessão daquele dia, com o sim de Lages.

JÁ FOI MELHOR

O vereador Capela Novas (PPS) tirou o hábito de bom vereador que era para vestir o hábito de líder do governo”. A afirmação é do vereador Beto Cangussú (PT), para quem Capela está preocupado apenas em defender a Administração. O “entrevero” ocorreu durante a discussão do projeto que revogaria o aumento do IPTU.

ESPECULAÇÃO

Capela acusou de existir na Câmara defensores de especuladores imobiliários que têm milhares de imóveis na cidade. Disse que há cem anos a situação é a mesma, com a cidade "nas mãos de meia dúzia que mandam". Cangussú respondeu que defender os especuladores é votar um limite de 130% no reajuste do IPTU. “Quem ia pagar 2.000% pode pagar 130%”, disse o petista. Na tarde do dia 28 de dezembro do ano passado, Capela Novas foi um dos que votaram a favor do reajuste e, logo, do limite.

DUPLA DERROTA

Em apenas dois dias, os suplentes de vereadores Maurício Eurípedes Francisco (PRB), o Maurício da Vila Abranches, e Alessandro Maraca (PSD), atual secretário da Cultura de Ribeirão, sofreram duas derrotas na pretensão de aumentar de 22 para 27 o número de vereadores. Na quarta-feira (20), foi o TJ que negou liminar em um agravo de instrumento. Já nesta quinta-feira, foi a vez de o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negar seguimento a recurso especial no mesmo sentido. As negativas das justiças comum e eleitoral já se aproximam de dez.

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