PROTESTOS

Marina Silva é contra o impeachment

A ex-senadora entende que o respeito à democracia ensina a se dar um prazo inicial a todo governo eleito para que se diga a que veio

Agência Estado
14/03/2015 às 16:39.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:58
Marina Silva  (Miguel Schincariol/ AFP)

Marina Silva (Miguel Schincariol/ AFP)

A ex-senadora Marina Silva, candidata derrotada na campanha presidencial de 2014, usou, neste sábado (14), o seu perfil em uma rede social para publicar artigo onde faz várias críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff, mas se coloca contra o impeachment. Marina afirma que a "mudança na equipe econômica parece ser insuficiente para dar ao governo a credibilidade necessária à condução da economia".A ex-senadora entende que o agravamento de todos os sintomas da crise já é visível, mas defende ao longo de um extenso artigo denominado "Silêncio se faz para ouvir" que o respeito à democracia ensina a se dar um prazo inicial a todo governo eleito para que se diga a que veio. "Sinto que isso vale também quando o escolhido - ou guiado pelas estrelas - recebe da sociedade a cômoda tarefa de suceder a si mesmo", disse a ex-senadora em referência às manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, que estão sendo programadas para este domingo."Muita gente vai para as ruas protestar. Há uma campanha pedindo o impeachment da presidente que foi eleita há poucos meses. Compreendo a indignação e a revolta, mas não acredito que essa seja a solução. Talvez o resultado não seja o pretendido retorno à ordem, mas um aprofundamento do caos", escreveu a ex-senadora mesmo reconhecendo que a "insatisfação da população vai da desesperança ao desespero."A mudança na equipe econômica parece ser insuficiente para dar ao governo a credibilidade necessária à condução da economia. A imagem da situação social é a dos tanques na rua, na Favela da Maré. A enchente gigantesca no Norte e a seca rigorosa no Sudeste denunciam a irresponsabilidade com a agenda ambiental e a falta de planejamento na produção de energia e no saneamento", afirmou Marina.De acordo com ela, a corrupção revela-se generalizada como um câncer que se espalhou por todos os órgãos. "Quantos minutos na televisão serão necessários para fazer as pessoas voltarem a acreditar no mundo cor-de-rosa que os 'pessimistas' queriam destruir?", questionou, fazendo referência ao discurso de campanha da presidente Dilma negando que promoveria arrocho na economia e perda de conquistas trabalhistas.Marina lembra que quando o Congresso depôs Fernando Collor, assumiu o vice-presidente Itamar Franco, que formou um governo aglutinando várias forças políticas incluindo a parcela do PT que acompanhou Luíza Erundina. Em sua gestão, que tinha FHC como Ministro da Fazenda, diz a ex-senadora, começou o Plano Real e a hiperinflação foi finalmente debelada. Mas hoje, continua ela, quem domina as instituições são as parcelas do PMDB mais envolvidas com as práticas e métodos que estão na gênese da crise. Veja também Sindicalistas fazem ato na Paulista e em diversas capitais Os atos ocorrem em resposta às manifestações antigoverno marcadas para este fim de semana em pelo menos 52 cidades do País Artistas gravam vídeos defendendo protestos Movimento Vem Pra Rua divulgou vídeos no Facebook defendendo os protestos de domingo (15); maioria usou a palavra "basta" e fala contra a corrupção na política e a falta de serviços públicos de qualidade Sindicatos e grupos ligados ao PT fazem atos para blindar Dilma Entidades levantarão a a bandeira contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, em resposta às manifestações antigoverno marcadas para este fim de semana em pelo menos 52 cidades do País Pronunciamento de domingo custou R$ 99,7 mil "Os Custos estão dentro dos parâmetros necessários para garantir qualidade e segurança dessa produção, cercada de cuidados específicos (...)", justificou a Secom Veja como foi o 'panelaço' ao redor do Brasil Tuíte #VaiaDilma atinge o 1º lugar durante panelaço Antes do início da fala da presidente, a hashtag representada por manifestantes teve 47 mil tuítes contra 41 mil da hashtag criada e expandida pelo perfil oficial da presidente

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