ELEIÇÕES 2014

Marina Silva diz que não há discussão de candidatura

Ela assegura que sua filiação ao PSB se resume, por enquanto a uma discussão programática, a uma agenda para o Brasil

Guto Silveira
13/10/2013 às 11:57.
Atualizado em 25/04/2022 às 02:33

A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, negou, em Ribeirão Preto, que seja candidata a vice-presidente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. E garante que se filiou ao PSB como forma de legitimar uma aliança que poderia ter sido feito como o partido Rede Sustentabilidade, que ela tentou formar, mas não conseguiu o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).Ela esteve em Ribeirão Preto para participar da inauguração do Instituto de Psicologia Avançada (IPA), concebido e dirigido pelo psicólogo Carlos Eduardo Lopes. Ela fez uma palestra sobre o assunte, já que tem interesse na área e participa de estudos e, depois concedeu entrevista à imprensa. Veja abaixo os principais trechos. A senhora pode vir a ser candidata a vice-presidente, na chapa encabeçada por Eduardo campos?Eu não sou candidata, estou numa coligação programática com o PSB. Minha filiação ao PSB é uma filiação para selar a aliança programática, mas eu não sou militante do PSB. Mas a senhora se filiou ao partido dentro do prazo para uma candidatura...Nós não discutimos isso. O que nós discutimos foi a Rede Sustentabilidade nessa aliança com o PSB, discutir as ideias que nós temos sobre desenvolvimento sustentável, sobre a ideia de democratizar a democracia, de buscar uma nova governabilidade e de acabar com este círculo vicioso de governabilidade no Congresso (Nacional) baseada em distribuição de pedaços do Estado, para uma visão programática do País. Uma agenda de País. Eu continuo a porta voz da Rede, uma militante da Rede. E a candidatura que está colocada é a do Eduardo. Não discuti com ele nenhuma candidatura A aliança poderia se dar, então com a Rede, sem filiação?Eu me filiei ao PSB para poder selar a aliança. Porque nós não somos um partido legal, apesar de a Rede ser um partido de fato, mas não de direito. Se já houvesse registro, faríamos uma aliança partidária para o programa. Como não é possível, o gesto para mostrar que realmente é algo sério foi a filiação. Porque me filiando, eu me coloco como porta voz da rede no debate com o PSB. O que realmente ocorreu para que a Rede fosse “barrada” no TSE?Nós tivemos 140 mil fichas que não foram validadas, sendo 95 mil não validadas sem justificativa. Vamos promover uma auditoria nestas assinaturas. Coletamos 910 mil assinaturas (de apoio), mandamos para os cartórios 688 mil e conseguimos certificar 442 mil. Eles invalidaram, sem justificativa 95 mil fichas. Foi isso que pedimos que o TSE reparasse. Se tivessem reconhecido que havia uma invalidação injusta das nossas 95 mil assinaturas, teríamos conseguido o registro. Mesmo com o reconhecimento ou validação das assinaturas, o processo de registro não retroage para permitir candidaturas?Não. Mas mesmo após o período que possibilita a disputa, a Rede permanecerá, eu continuarei uma militante. As pesquisas indicam que embora haja possibilidade de vitória da presidente Dilma Rousseff, a senhora aparece como a segunda melhor colocada nos cenários propostos...Estamos ainda a um ano da eleição. Então vai rolar ainda muita água embaixo dessa ponte. Não fico presa a pesquisas. Nem eu e nem o Eduardo. O que nós queremos é poder discutir um programa. Eu infelizmente não consegui registrar o partido. E não conseguindo registrar, o projeto da Rede foi inviabilizado para se discutir a candidatura. O que fizemos foi procurar um candidato que se comprometesse em integrar as nossas propostas ao seu programa. Este é o movimento que está sendo feito. Nós não discutimos posição em chapa. A candidatura é a dele, porque nos foi cassado o nosso direito de termos o nosso partido. Cassado entre aspas, pelos cartórios, obviamente. Há, no entanto, uma boa indicação de intenções de voto para a senhora...Primeiro temos que olhar que as intenções para Eduardo dobraram. Isso é uma sinalização de que as pessoas estão recebendo com muito respeito, com muita esperança o movimento que está sendo feito no sentido da discussão de um programa. De uma aliança em torno de um programa, e não uma aliança eleitoral, que o que é geralmente feito. Faz-se uma aliança eleitoral e depois se discute o que vai fazer. Nós estamos fazendo o inverso. Estamos fazendo uma aliança programática e depois vamos ver se há de fato uma aliança eleitoral. Se o programa prosperar é possível que tenha, mas não está em discussão entre nós a história de candidatura. E temos muita responsabilidade com o que estamos fazendo. Não queremos contaminar isso pelo interesse imediatista da conjuntura de pesquisa, de nada. Nós queremos nos focar na discussão para o Brasil. Numa agenda para o Brasil. A senhora espera que esta discussão resulte em uma terceira via, uma alternativa entre PT e PSDB?Estamos tentando exatamente que prospere essa terceira via.

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