EDITORIAL

Março Lilás: prevenir é o remédio ideal

Correio Popular
15/03/2021 às 11:27.
Atualizado em 22/03/2022 às 01:42

A sabedoria popular expressa na frase “prevenir é melhor do que remediar” faz todo o sentido. Além de favorecer a qualidade de vida, a prevenção de doenças mantém as pessoas economicamente ativas e alivia a pressão sobre o sistema de saúde, que hoje se encontra na UTI, quase em estado terminal, por conta da pandemia da covid-19.

Se prevenir é a palavra-chave, a ponte que nos liga a ela é a informação que deve ser pautada pela verdade científica, livre de viés ideológico, dogmático ou moralista. Neste contexto, voltamos nossa atenção para a campanha intitulada Março Lilás que tem como enfoque a prevenção ao câncer de colo de útero.

Este tipo de tumor maligno é o terceiro mais freqüente na população feminina. Só perde para o câncer de mama e do colorretal. É também considerada a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Em 2020, foram registrados 16.590 novos casos da doença que levou 6.596 pessoas a óbito.

Os números são importantes porque eles dão a dimensão do problema, mas não são capazes de transmitir a dor e o sofrimento de suas vítimas, como mostra reportagem publicada nesta edição do Correio Popular. A boa notícia, se assim podemos nos expressar, é que o câncer de colo de útero é o único que pode ser evitado por uma substância muito falada e desejada nos dias de hoje: vacina. Sim, uma simples vacina que se aplicada antes do início da vida sexual pode ser mais eficaz na prevenção da doença, que é associada a infecções causadas por subtipos do vírus HPV, transmitidos por relações sexuais.

Por isso, a faixa etária recomendada pelo Ministério da Saúde para vacinação é de 9 a 14 anos para meninas, e 11 a 14 anos para meninos. Além disso, recomenda-se também o exame regular de Papanicolau, logo após a primeira relação sexual, para diagnóstico da doença que tem grandes chances de cura se descoberta cedo.

O grande desafio de campanhas como essa é conscientizar parte da população que tem suas mentes seqüestradas por ideologias obscurantistas que confundem a opinião pública ao misturar questões de saúde pública com dogmas morais, como a polêmica envolvendo a educação sexual nas escolas. Alguns grupos se valem de argumentos falsos e distorcidos para tentar impor suas ideologias e causam enorme prejuízo à vida das pessoas, especialmente as mais vulneráveis. É preciso dar voz a essas campanhas fundamentais.

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