Manifestação no Centro da cidade reuniu cerca de 400 mulheres na manhã deste sábado
Marcha das Vadias em Campinas (Erica Dezonne/AAN)
Munidas de faixas, cartazes e com muita atitude, cerca de 400 mulheres, representantes de diversos movimentos sociais de Campinas, se manifestaram contra a violência, a favor do respeito e da igualdade durante a Marcha das Vadias, evento realizado na manhã deste sábado (9), no Centro. Concentradas em frente à Catedral Metropolitana de Campinas, desde às 9h, as participantes tomaram a Praça José Bonifácio e, depois de uma performance, o grupo seguiu em caminhada pela Rua 13 de Maio em direção à Praça Floriano Peixoto (Estação Cultura).
“Neste ano, os eixos da mobilização são a defesa da autonomia e o fim de todo tipo de violência contra a mulher. Não se combate a violência apenas com políticas públicas, mas dando-se autonomia às mulheres e encorajando-as a lutar”, afirmou a coordenadora do comitê regional da Marcha Mundial das Mulheres (MMA), Lourdes Simões.
Um dos pontos altos do ato foi a performance do coletivo Marcha das Vadias de Campinas. Numa espécie de jogral, jovens mulheres de rostos e corpos pintados e parcialmente desnudos lembraram-se dos casos das adolescentes Eloá Pimentel, sequestrada e morta pelo ex-namorado em 2008; da campineira Bianca de Lara Rocha, encontrada morta embaixo da cama, em Barão Geraldo, no início deste ano; da jovem Eliza Samúdio, também sequestrada e morta pelo ex-amante (o goleiro Bruno) e muitos outros. Uma fogueira serviu para queimar frases de efeito que simbolizavam o desrespeito às mulheres.
“Nos lembramos de parte das inúmeras vítimas de violência e sugerimos ações para que a situação de violência contra a mulher se reverta. Se mulheres que não se enquadram em esteriótipos ou em seu papel histórico são tachadas de vadias, todas nós somos somos vadias”, ponderou a geógrafa Helena Rizzatti, à frente do coletivo.
Durante todo ato, frases como “o corpo é política”, “denuncie a violência contra a mulher”, “somos mulheres e não mercadoria” podiam ser lidos e ouvidos. Representantes de mais de 30 organizações, entre partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e comunitários integraram a manifestação lembrando-se de dados sobre a precariedade da defesa dos direitos das minorias.