DISCO

Marcelo D2 retoma o hip hop no CD 'Nada Pode Me Parar'

Álbum tem participação de rappers como Batoré, do popular coletivo nacional Cone Crew

Agência Estado
05/05/2013 às 02:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:34
Marcelo D2 volta às suas origens musicais depois de experimentar o samba (Divulgação)

Marcelo D2 volta às suas origens musicais depois de experimentar o samba (Divulgação)

Marcelo D2 passou parte da última década em um romance com o samba. Arriscou composições, dividiu o microfone com Zeca Pagodinho, homenageou Bezerra da Silva. Foi um giro intuitivo, apesar de se associar, na superfície, ao previsível elo entre rapper e sambista, uma ligação pouco explorada, geralmente, além da nostalgia. Mas D2 tateou cocos e partidos, vivenciando a raiz de uma forma de rimar que já era rap antes da invenção do gênero. E após a imersão, completada em seu disco de canções de Bezerra da Silva, lançado em 2010, volta agora com 'Nada Pode Me Parar', um retorno às suas influências de hip-hop, com participação de rappers como Batoré, do popular coletivo nacional Cone Crew e do soul man americano Aloe Blacc.

“Faz tempo que não faço um disco de rap tão rap assim”, conta D2 à reportagem, no sofá de uma lojinha da galeria Ouro Fino, montada para promover o novo trabalho. “Mas tem muita influência do samba. Muita coisa que eu aprendi esses anos”, completa.

O aprendizado o colocou em uma busca da simplicidade, aquela estética tão aperfeiçoada pelos bambas. “Quando fui gravar com o Zeca (Pagodinho), ele pôs a voz de primeira e disse ‘O samba é assim. Tá bom, já. Valeu, Tchau”, conta D2, que teve a participação do cantor em seu disco Meu Samba é Assim, de 2006. “Eu sempre gravei assim mas nunca tinha pensado nisso. Posso gravar 18 vezes, vão sair 18 takes diferentes, mas não quer dizer que um seja melhor que o outro.” Em 'Nada Pode Me Parar', o simples é almejado em diversas formas, desde as gravações, feitas em estúdios caseiros e lapidadas pelo veterano produtor Mário Caldato, em Los Angeles, à capa, em preto e branco, e à filosofia criativa. “Quero ser o mais simples possível, mas ao mesmo tempo ter uma profundidade poética. É difícil. O rap tem muita letra, então você acaba falando muito sobre um assunto e às vezes bate na mesma tecla”, conta.

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