A folha que é o símbolo do Canadá é aproveitada em absolutamente tudo e por isso é uma ótima lembrança de viagem. Entre os itens mais óbvios, ela aparece nas camisetas, agasalhos, bonés, chaveiros e até em imãs de geladeira
Já que dediquei toda esta edição ao Canadá, é impossível deixar de fora um símbolo tão cultuado pelo seu povo: a folha da Maple. Ela está em tudo que diz respeito à nação norte-americana. É motivo de orgulho, principalmente para as cidades colonizadas pelos franceses. Para onde quer que se olhe, nas grandes cidades ou até no campo, sempre haverá uma referência à ela.
Tudo começou com os assentamentos da chamada Nova França em território canadense, ao longo do rio Saint Lawrence, no século 18. A folha foi descrita por Jacques Viger, o primeiro prefeito de Montreal como “O rei das nossas florestas... símbolo do povo canadense.” Desde então, a imagem e relevância da folha para o país foram ganhando força. A província de Ontário adotou a folha na cor dourada, enquanto Quebec elegeu a verde. Em 1867, Alexander Muir compôs a música “The Maple Leaf Forever" (A Folha de Maple Para Sempre), que se tornou um hino não oficial.
Nos anos seguintes, a imagem da Maple apareceu em moedas, motivos no uniforme das Forças Expedicionárias Canadenses na Primeira Guerra Mundial e mais tarde decorou os capacetes dos soldados do Exército. Apesar de tantas referências, foi somente em 1965 que a folha se tornou oficialmente símbolo do Canadá. Uma folha com 11 pontas foi a escolhida para estampar a definitiva bandeira da nação.
Mas o que isso tem a ver com a dica de viagem? Tudo. A Maple não é apenas um símbolo em uma bandeira. Ela é aproveitada em absolutamente tudo e por isso é uma ótima lembrança de viagem. E quando eu falo tudo, é tudo mesmo. Entre os itens mais óbvios, ela aparece nas camisetas, agasalhos, bonés, chaveiros e até em imãs de geladeira. Mas a folha é aproveitada mesmo pela indústria alimentícia.
Nos supermercados ela está nos vinagres, geleias, xaropes, doces, adicionada aos chocolates, nas bolachas, refrigerantes, sucos e até vinho conseguiram fazer com ela. É impressionante como o símbolo de um país possa estar tão onipresente na vida de seu povo.
O xarope é o mais conhecido e, assim como o vinho, tem todo um ritual para a escolha. Para um estrangeiro que não entende do assunto, é estranho olhar garrafas de Maple, iguais no tamanho mas com preços tão diferentes. Descobri que o que faz um xarope mais caro ou mais barato é a pureza e a concentração. Quanto mais refinado e mais concentrado, mais gostoso e mais caro. Se for comprar, prefira os das feirinhas. Eles vêm em recipientes lindos, que imitam, é claro, a própria folha e que se parecem também com vidros de perfume francês.
Eduardo Gregori é editor de Turismo do Correio Popular