Prefeitura retoma plano de atualizar planta fotográfica da cidade, que já custou R$ 16 milhões
Mapeamento fotográfico será feito com sobrevoo por diversas regiões (Cedoc/RAC)
Esquecido há três anos no Executivo de Campinas, o projeto de geoprocessamento, que custou aos cofres públicos R$ 16 milhões, volta a ser resgatado pelo atual governo. A Prefeitura abre no próximo dia 29 uma licitação para contratar uma empresa que irá fazer o mapeamento fotográfico da cidade, num custo estimado de R$ 7,7 milhões. Apesar do novo investimento, a Administração não garante que o programa, desenvolvido pelo CpqD, vá funcionar imediatamente, uma vez que alterações podem surgir durante o abastecimento do sistema, já existente, com as novas fotos.No governo do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), a Prefeitura desembolsou R$ 500 mil para uma foto de satélite da cidade que, por imprecisão, não se adaptou ao programa. Na ocasião, o projeto foi contratado por convênio entre a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa) e o centro tecnológico. Agora, a empresa licitada fará fotos aéreas, com sobrevoo da cidade. Com a nova contratação, o gasto total com o geoprocessamento chegará a R$ 23 milhões.Na gestão passada, do prefeito Pedro Serafim (PDT), o governo fez uma nova tentativa de destravar o projeto, mas o erro com o mapeamento fotográfico mais uma vez impediu o uso da ferramenta. O governo chegou a abrir uma sindicância para apurar suposto superfaturamento e irregularidades na aquisição das fotos por satélite. Desde que foi encomendado, o sistema nunca funcionou.O uso da ferramenta permite atualizar o mapa da cidade e secretarias com informações que podem direcionar investimentos, atualizar a cobrança de tributos e acelerar aprovação de projetos imobiliários. O secretário de Administração, Sílvio Bernardin, afirmou que o geoprocessamento deve funcionar com o novo mapeamento, mas não da forma como foi anunciado pelos governos anteriores. “É possível que tenhamos que fazer adaptações. Queremos destravar esse projeto para, inclusive, encerrar o contrato com o CpqD”, disse. O Executivo abrirá a licitação ainda neste mês, com um prazo de 180 dias para a conclusão dos trabalhos pela empresa contratada.No ano passado, a Câmara também buscou uma solução para que o programa de geoprocessamento funcionasse. Na ocasião, representantes da Sanasa disseram que para utilizar o sistema, seria necessário mais um investimento de R$ 150 mil para interligar a empresa com a Informática de Municípios Associados (IMA) que deverá ser o responsável pelo gerenciamento da ferramenta.ConvênioO convênio milionário sofreu uma alteração em 2010 onde também passou a figurar como conveniada à IMA. O contrato estabelecia a implantação de um Sistema de Informação Geográfica (SIG), um sistema computacional com informações primordiais ao planejamento urbano. A Sanasa cedeu à Prefeitura a base cartográfica utilizada pela empresa, onde estão dados de lotes, glebas, edificações, áreas pública. Essa base deveria ser atualizada e, a partir dela, as demais informações da Prefeitura seriam inseridas. Por exemplo, informações em educação, serviços públicos, praças, áreas verdes e localização de equipamentos públicos. Hoje a Prefeitura tem mapas e cadastros imobiliários dispersos em sistemas que, por não interagirem entre si, oferecem informações duplicadas e de difícil manipulação.