Metrópole

Mantenha a classe, sem exagerar na pompa

23/10/2012 às 12:21.
Atualizado em 26/04/2022 às 19:58

Campinas tem realmente restaurantes e chefs sensacionais. Aliás, como cada dia mais, em todo o território brasileiro. Alguns com um serviço sofisticado e maïtres e garçons impecáveis que, muitas vezes fazem-nos sentir verdadeiros escolares a frente de um diretor severo.

Se você já se sentiu assim não é o único. Mas saiba que dá para tomar alguns cuidados para não sermos vistos e tratados como cidadãos de segunda classe nesses lugares. Basta respeitar determinados códigos comuns que são parecidos em qualquer lugar do mundo.

Um exemplo: em lugares assim, você não pede "mais uma água". As garrafas são abertas à medida que esvaziam-se os copos. Mas ninguém tem obrigação de pagar os olhos da cara por águas gaseificadas importadas. Peça educadamente e sem nenhum pudor a sua marca nacional preferida. Ser fino não é ser bobo, tá?

- Vinhos: não precisa ser um especialista nem pedir a garrafa mais cara. Mas, durante a refeição, a única outra bebida compatível com ele é a água. Pedir refrigerante, constitui um sacrilégio nesses templos.

- Sal: se não há sal na mesa (e raramente há) pedir, pode sinalizar que você não tem sensibilidade para o delicado tempero do chef.

- Palito de dentes: não, você não vai palitar os dentes em um lugar como esse. Aliás, em lugar nenhum a não ser seu próprio banheiro, certo?

- Almoço de negócios: é preciso estar preparado para usar o bom senso e a observação. Por exemplo, perceber quando é bom ficar quieto ou captar o momento de mudar de assunto, quando clima fica pesado (vale até fazer piada ou simplesmente ser um bom ouvinte). Afinal, a sua carreira está literalmente à mesa, e é bom estar atento para detalhes que fazem a diferença.

- Escolha do local: não tente inovar com restaurantes exóticos ou aquele boteco que tem uma picanha maravilhosa. Deixe para ir nestes locais com os amigos nos finais de semana. Leve em conta as preferências gastronômicas do seu convidado, mas o ideal é marcar o encontro em um local onde você já é conhecido; assim as chances de ser melhor atendido aumentam consideravelmente. Faça sempre a reserva antecipadamente. Isso vai evitar muitos transtornos.

- Pontualidade: chegar na hora ou mesmo uns minutos antes lhe dará tempo para se recompor do trânsito e pensar nas prioridades do que será conversado. O estresse de estar atrasado é muito maior do que chegar antes e ficar esperando, ainda que seja meia hora.

- Cumprimente de longe: uma vez à mesa, nem pense em se levantar para cumprimentar quem quer que seja, por mais prestígio que tal pessoa possa lhe trazer. É uma enorme falta de consideração para com seus companheiros e um simples aceno de cabeça, mesmo que de longe, dá conta do recado.

- Pedido: ao fazer o pedido seja simples na escolha e nem ouse falar sobre os problemas do colesterol. Sugira o vinho com a ajuda do maître ou sommelier, mas se perceber que ninguém está muito propenso a beber, não insista.

- A hora certa: é bom antes de pedir os pratos para depois abordar o assunto profissional que os levou ali. A não ser que seu convidado puxe a conversa, deixe-o relaxar antes de entrar no tema.

- Conta: se você convidou, mesmo sendo mulher, é natural que pague a conta. Quando as duas partes já se conhecem de relacionamentos profissionais anteriores é perfeitamente aceitável dividir. E, claro, se você quiser ser realmente elegante, acerte a conta antes, sem que ninguém perceba.

COMIDAS E TALHERES

Não é o caso de entrar em pânico e deixar de experimentar uma receita diferente apenas por não estar familiarizado com um garfo menor ou uma faquinha de aparência exótica. Veja alguns casos:

-  Lagosta: normalmente deveria vir da cozinha já “quebrada” para facilitar a retirada da carne que vem colada na casca. Primeiro arrancamos as patas, torcendo-as, e separamos o corpo do crustáceo. Depois, segurando-o com a mão esquerda, quebramos a casca em dois ou três lugares com o quebra nozes ou um martelinho. Uma faquinha especial ajuda a desgrudar a carne. Aí, basta saborear.

-  Ostras: o mesmo garfo da lagosta pode ser usado com o mesmo propósito – separar a ostra da casca, mergulhá-la em algum molho, ou simplesmente saboreá-la com sal e limão. É preciso resistir bravamente à tentação de fazer barulho ao sugar a ostra.

-  Peixes em postas ou filés: o uso de talheres especiais para peixes pode ser uma boa pedida. A faca, por ser menor e pontuda, facilita a tarefa de separar as espinhas. Se tiver talheres de peixe em seu faqueiro, não hesite em colocá-los a mesa, pois, além de dar mais charme ao visual, são úteis para a apreciação desse alimento.

-  Escargots: vem em um pratinho especial com uma concavidade própria para “aninhá-los”. É servido dentro da casca. O correto é que acompanhe uma pinça e um garfo pequeno. Devemos encaixar a pinça com firmeza na casca, usando a mão esquerda e, com o garfo na direita, retirar e saborear a carne. Quem não tem prática, ao usar a pinça pela primeira vez, deve certificar-se de que ela está firme usando as duas mãos.

- Manga: existe um instrumento especial, uma espécie de saca-rolhas, que é enfiado, com o auxílio de um garfo no caroço da manga para ficar bem firme. É uma operação delicada que exige boa pontaria e firmeza na hora de espetar polpa e caroço. Só então, chupa-se a fruta com o máximo de elegância permitida nessas circunstâncias. Claro que não dá para manter a mesma compostura do que quando saboreamos um inofensivo sequilho com chá, por isso é bom ficar atento: a manga pode deixar um bigode indesejável...

-  Finalmente, uma dica: cada lugar tem uma maneira diferente de saborear seus pratos e até mesmo de apresentá-los. Por isso, se alguma coisa lhe parecer realmente muito difícil ou exótica, não pense duas vezes e pergunte; além de não haver mal nenhum nisso, qualquer anfitrião se sentirá encantado em poder lhe dar este tipo de explicação. E, no caso do maître ou garçom do restaurante, lembre-se que eles estão lá também para isto!

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por