VILA SOMA

Manifestantes se acorrentam em frente à casa de prefeita

O protesto é para chamar atenção da prefeita, que segundo os manifestantes, não conversou com o grupo. A promessa é que a cada dia mais pessoas se juntem ao ato

Jaqueline Harumi Ishikawa
16/06/2015 às 21:59.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:22
Manifestantes em frente ao prédio da prefeita de Sumaré (Jaqueline Harumi)

Manifestantes em frente ao prédio da prefeita de Sumaré (Jaqueline Harumi)

Cartazes de "Procura-se" com a foto da prefeita colados em postes por toda a cidade, calçada do prédio onde ela mora com seis pessoas acorrentadas umas às outras e o canteiro central em frente com acampamento de outras trinta. Estas foram as formas encontradas por representantes da Ocupação Vila Soma, em Sumaré, para chamar a atenção de Cristina Carrara (PSDB), acusada de não ter um diálogo direto com os moradores, que deveriam deixar as duas áreas privadas que ocupam até o último dia 3 de março, conforme acordo firmado durante audiência em setembro do ano passado.O acampamento e acorrentamento começou por volta das 5h de segunda-feira, segundo Luciana Aparecida do Nascimento Veras, membro da coordenação da associação dos moradores, composta por trinta pessoas. "Começamos com quatro acorrentados. A cada dia que ela não nos atender serão mais dois" , explicou. O acampamento também teria aumentado de 35 para 50 a 60 moradores de um dia para o outro, inclusive com caminhão que tem funcionado como cozinha, estacionado do lado oposto ao prédio. Sobre os cartazes, Luciana afirmou que foram colados cinco mil na região central, Área Cura, Matão e Nova Veneza. A coordenação divulgou que pela noite mil manifestantes fariam passeata da ocupação até o endereço, onde espalhariam velas na avenida, mas até as 21h a movimentação não aconteceu, segundo a Polícia Militar.O advogado da associação, Alexandre Mandl, afirmou que foi feito um acordo de realocação das famílias para área que uma equipe técnica indicasse durante as reuniões do grupo de trabalho formado por representantes da Prefeitura, União e Estado para viabilizar um conjunto habitacional para as famílias através da modalidade Entidades do Programa Minha Casa Minha Vida. Segundo Mandl, um projeto da construtora Emccamp foi protocolado na Prefeitura no fim de abril e agora a Administração Municipal pediu mais uma semana para concluir o parecer técnico da Secretaria de Obras. O problema é que o parecer deveria ser apresentado na reunião do grupo de trabalho na quinta-feira para então ser levado à audiência do Grupo de Apoio às Ordens de Reintegração de Posse (Gaorp), marcada para a próxima segunda-feira. "Era para ser resolvido em dez dias, no máximo um mês" , criticou.A Prefeitura afirmou por meio de nota que jamais foi deliberado qualquer solicitação de assinatura de um "protocolo de intenções" por parte dos ocupantes das áreas e ressaltou que não é autora da ação de reintegração de posse nem da ação civil pública que correm sobre o caso. Esclareceu ainda que a eventual desocupação das áreas invadidas é uma questão judicial sobre a qual não tem absolutamente nenhum poder de interferir.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por