Presidente da CCJ garante que isenção de ISS para empresas de ônibus terá parecer contrário
Com as galerias da Câmara lotada de manifestantes convocados pelo Movimento do Passe Livre (MPL), que recusam a isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) das empresas de ônibus, o presidente da Casa, Cícero Gomes da Silva (PMDB), anunciou que a Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) dará parecer ao projeto nesta quarta-feira para o projeto ser votado na quinta-feira (4). A proposta deve ser rejeitada já na CCJ.
O projeto é uma tentativa da prefeita Dárcy Vera (PSD) em reduzir mais cinco centavos a tarifa do transporte coletivo urbano, que sofreu redução de 10 centavos em função de isenção de tributos federais. Além de defenderem uma redução maior, de 30 centavos, o que significa revogar o reajuste e retornar a tarifa a R$ 2,60, como era em janeiro, o MPL faz manifestações contra a isenção.
Raphael Inácio, um dos representantes do movimento, usou a tribuna da Câmara para se posicionar contra a isenção, que significará uma redução de arrecadação de R$ 2,1 milhões por ano aos cofres públicos. “O Poder Executivo tem tratado a questão apenas para as empresas. O Movimento critica a decisão por não exigir qualquer contrapartida das empresas. Exigimos a rejeição sumária deste projeto”, afirmou.
Pela reação dos vereadores, o projeto não deve mesmo prosperar. O presidente da CCJ, Walter Gomes (PR), da bancada de apoio à prefeita, assegurou que ele e mais dois vereadores, Samuel Zanferdini (PMDB) e Capela Novas (PPS), líder do governo na Câmara, decidiram dar parecer contrário à proposta. Como são maioria (a comissão é composta por mais dois vereadores) a posição deve prevalecer.
“Vamos dar parecer contrário porque somos contra a renúncia fiscal no município”, disse Walter Gomes. Caso se confirme o parecer contrário, ele deve ser votado pelo plenário. Se acatado (aprovado), o projeto nem irá à votação. Se rejeitado, a proposta deve ser votada. Mas há forte tendência de ser rejeitada. Até mesmo o presidente da Casa, Cícero Gomes, desobrigado de votar, diz ser contra a isenção fiscal.
Portões fechados
A chegada dos manifestantes na Câmara, na noite desta terça-feira, teve princípio de tumulto, porque os Guardas Civis Municipais (GCMs) fecharam o único portão que estava aberto depois da entrada de parte dos integrantes do protesto. Só depois de muito barulho é que o portão foi reaberto. Cícero Gomes negou ter determinado o fechamento da entrada. “Eu estava aqui (no plenário) e nem sabia o que estava acontecendo lá fora. Deve ter sido a Guarda que mandou fechar”, disse.