PRESSÃO POPULAR

Manifestantes levam pacote de reivindicações à Câmara

Lista da Frente Contra o Aumento da Passagem inclui CPI da Tarifa, fim de subsídio e passe livre

Milene Moreto/Bruna Mozer
25/06/2013 às 07:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 11:44

No terceiro dia de protestos em Campinas, os manifestantes abriram nesta segunda-feira (24) o primeiro canal de comunicação com o poder público. Na Câmara, a Frente Contra o Aumento da Passagem entregou aos parlamentares uma pauta com nove reivindicações e deu prazo de 96 horas para apresentação das respostas.

Entre os pedidos estão a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a tarifa do transporte público e o fim do subsídio às empresas de ônibus. Ao chegarem até a Câmara, em meio à sessão, houve confronto e pedras foram jogadas contra os guardas municipais. Os legisladores encerraram a reunião em meio ao tumulto, antes do término da pauta do dia.

No documento entregue aos vereadores, em uma reunião feita às pressas no plenarinho, enquanto os manifestantes permaneciam em frente à Câmara, os integrantes da frente elencaram nove itens, e apenas um não tem ligação com o setor do transporte — para que as famílias que moram no bairro Campo Belo não sejam removidas de suas casas para a construção dos corredores do BRT, que vão permitir o tráfego dos ônibus rápidos na cidade.

O presidente da Casa, Campos Filho (DEM), recebeu o documento e se comprometeu a apresentar uma resposta no prazo solicitado. O democrata, no entanto, não prolongou a reunião com a comissão de manifestantes sob a justificativa de que os jovens tiveram a oportunidade de serem ouvidos e que terão respostas. Após a reunião, os manifestantes decidiram seguir até a Prefeitura.

Dos oitos integrantes do movimento que assinaram o documento entregue aos vereadores, cinco se identificaram. Entre eles estão integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Grêmio Estudantil da Escola Técnica Estadual Conselheiro Antonio Prado (Etecap), movimento punk, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp. Também fazem parte da frente os membros do Grêmio do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca), do Culto à Ciência, do DCE da PUC-Campinas, do movimento anarquista e do Coletivo Juntos!.

Proteção

Durante a tarde, o Legislativo se preparou para proteger o prédio dos manifestantes mais radicais. Três câmeras da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (CimCamp) foram instaladas nos postes que ficam em frente ao plenário.

A Guarda Municipal chegou pouco antes da sessão, assim como policiais militares. Em reunião dos líderes das bancadas, houve um acordo para que, em caso de tumulto frente à Casa, a sessão fosse a esvaziada para encerrar os trabalhos. Apesar do plenário ter capacidade para receber 460 pessoas, foram feitos 100 crachás para limitar a entrada dos manifestantes.

Os parlamentares aceleraram a sessão. A primeira parte durou menos de meia hora e as votações também seguiram de forma rápida. Com a primeira informação de confronto, a maior parte dos vereadores deixou o plenário e a sessão foi encerrada.

Protesto

Os manifestantes chegaram em frente à Câmara por volta das 19h30, gritando palavras de ordem pela redução do preço da passagem do ônibus em Campinas e xingamentos contra o prefeito Jonas Donizette (PSB). De um lado da rua — sentido Avenida da Saudade — permaneceram os manifestantes pacíficos.

Do outro, próximo à entrada para o plenário, onde a Guarda bloqueava a entrada, estavam os manifestantes radicais que atiraram pedras e bombas. Não houve uso de bombas de gás lacrimogêneo. Alguns carros foram depredados, entre eles o do jornal Todo Dia e da TV Record.

Os manifestantes foram embora assim que a comissão formada para levar a demanda aos vereadores voltou à rua. Eles seguiram para a Prefeitura.

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