Caminhada ocorreu em silêncio até o local onde o jovem foi assassinado; no cruzamento, manifestantes rezaram pela alma do jovem atropelado
Cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram no início da noite desta sexta-feira (21) de uma caminhada de cerca de dois quilômetros entre a Esplanada do Thatro Pedro II e o cruzamento das avenidas João Fiúsa e José Adolfo Bianco Molina, onde o jovem Marcos Delefrate, 18 anos, morreu atropelado na noite de quinta-feira (20) enquanto participava de uma manifestação pacífica que reuniu mais de 20 mil pessoas.
Pouco antes da 18h os manifestantes se concentraram na Esplanada, no Centro, e decidiram fazer o mesmo percurso do protesto de quinta-feira. No início o grupo tinha cerca de 300 pessoas, mas populares se juntaram aos manifestantes até chegar ao local onde o jovem foi absurdamente atropelado pelo empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37 anos, em uma Land Rover de cor preta. Além da vítima fatal, outras 12 pessoas ficaram feridas.
Na concentração, vários amigos falaram do estudante. “Sou amigo do Marcos e acabei de sair do velório. Não é legal ver seu amigo ali, deitado em um caixão e saber que nunca mais vai vê-lo. Por isso peço que nesta manifestação todos pensem nos amigos e nos país para saber o que vão fazer”, disse, pedindo a todos uma caminhada de forma organizada, sem violência.
“Conheço o Marcos desde a infância. A gente tocava violão juntos”, disse outro amigo, emocionado. Um outro sugeriu que o grupo pressione as autoridades pela punição do assassino do jovem. Com camisetas pretas com a inscrição “luto” a maioria do grupo pediu justiça durante suas falas e sugeriu uma caminhada silenciosa, sem violência, o que ocorreu com apenas um pequeno incidente.
Thiago Silva Derval estava emocionado e indignado com a atitude do empresário, que acelerou seu carro sobre os manifestantes. Ele disse que não conhecia Marcos, foi ele quem colocou no local do atropelamento uma cruz e uma bandeira do Brasil. “Falei com o Alexsandro para voltar com o carro, para dar ré. Mas acho que ele estava era drogado. De qualquer forma é um assassino que deve ser punido”, disse.