CAMPINAS

Manifestação reúne 300 por melhorias na Saúde

Pacientes reclamam de atendimento no PA do Campo Grande

Da redação
18/06/2013 às 23:21.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:49

Inspirados na onda de manifestações que vêm ocorrendo em todo o País, mais de 300 pessoas participaram de um protesto na noite desta terça-feira (18) diante do Pronto Atendimento do Campo Grande, em Campinas, contra a falta de médicos e pela demora no atendimento. Indignados com o descaso da Prefeitura, os manifestantes cobravam pacificamente uma solução para o hospital e para o caos enfrentado na área da Saúde de Campinas, tanto na rede pública quanto na privada. O grupo acendeu velas, carregou cartazes e organizou um abraço simbólico na frente do hospital para chamar a atenção da Administração municipal. Depois do protesto, os manifestantes seguiram em caminhada até a Praça Concórdia.

A falta de profissionais na unidade, que já vinha ocorrendo há mais de um ano, se agravou com a demissão dos funcionários contratados por meio do convênio com o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira. A situação piorou nas últimas três semanas, quando cinco médicos pediram demissão. Segundo o coordenador da unidade, Marcos Firmino, é preciso contratar 14 clínicos gerais com carga horária de 24 horas semanais para sanar o déficit na unidade.

A aposentada Jandira Patriarca de Jesus, de 59 anos, que mora na região, é uma das vítimas do caos. Em abril deste ano, a demora no atendimento no Pronto Atendimento do Campo Grande resultou na morte do seu neto, que tinha apenas 13 anos. “Ele passou mal em casa e nós viemos correndo pra cá, mas demoraram para atender e ele parou de respirar. Até hoje (terça,18) ainda não soube o motivo real da morte dele. É um descaso total, a Prefeitura precisa tomar uma providência rápida. Não dá tempo de fazer serviço público, tem gente morrendo por falta de médico”, disse.

A promotora de vendas Maria Aurivânia Moraes de Souza também passou por uma situação muito difícil. Há 15 dias, o filho dela teve convulsão e não pode ser atendido no hospital. “Eu tive de sair daqui para ir até o pronto-socorro do Ouro Verde, onde o atendimento também demorou porque a situação daqui acaba prejudicando lá também. É uma vergonha, uma calamidade”, contou.

Para Walter Antonio Godoy, presidente do Clube de Campo Santa Clara do Lago, que mora há 30 anos na região, a Prefeitura precisa tomar uma providência rápida. “O descaso do Executivo é de doer. Minha esposa teve um problema na coluna e o atendimento demorou 12h. Nós tentamos ir para o Ouro Verde, mas também estava lotado.”

A funcionária pública aposentada Noemia de Campos Bragatin contou que há quatro dias a irmã dela sofreu um acidente, machucou o pé e não foi atendida. “Ela chegou e disseram que não dava para atender porque o único médico que estava trabalhando tinha que atender aos pacientes internados.”

Um outro problema relatado pela auxiliar de educação Valéria Jonfreli Lima é a falta do aparelho para exames de raio X. “Vim lá do Jardim Lisa e tive de fazer uma maratona, correndo daqui para o Ouro Verde, para que depois de 10h meu filho de 4 anos, que estava passando muito mal, pudesse ser atendido. Além do atendimento demorar horas, quando chegou a vez dele não tinha a máquina. Tive de correr para o outro hospital com ele no colo porque não conseguia nem andar de tão mal. É um absurdo. Um caos total.”

O secretário municipal de Saúde de Campinas, Carmino de Souza, garantiu anteontem que o problema deve ser solucionado até julho. “Dia 28 de junho homologa o concurso e 243 médicos assumem em julho. Com isso esperamos amenizar o problema”, disse. Ainda segundo Souza, a Saúde terá de fazer um novo concurso para contratar psiquiatras. “Das 11 vagas abertas, apenas cinco foram preenchidas”, afirmou.

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