Passeata marcou terceiro dia da paralisação; movimento vai ter continuidade
Manifestantes tomam faixa da Avenida Francisco Glicério: Correios fará mutirão para normalizar entregas ( Gustavo Tilio/Especial para a AAN)
Uma passeata no Centro de Campinas marcou o terceiro dia da greve dos funcionários dos Correios e Telégrafos na cidade, no início da tarde desta sexta-feira (20). Cerca de 150 pessoas participaram de assembleia em frente à agência da avenida Francisco Glicério e decidiram protestar nas ruas. A via foi ocupada parcialmente às 13h e os manifestantes seguiram para a sede do sindicato pela vias Moraes Salles, Barão de Jaguara, Benjamin Constant, José Paulino e Senador Saraiva, provocando lentidão no trânsito. Os trabalhadores iniciaram o movimento grevista na quarta-feira, por melhores salários e condições de trabalho. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Similares, Roberto Cláudio Barbosa, afirma que a adesão ao movimento na região de Campinas é de 70% no setor operacional, o que inclui carteiros, atendentes e operadores de triagem. Uma agência, em Sumaré, está fechada e outras nove na região funcionam parcialmente. Uma das queixas dos funcionários é a mudança no plano de saúde da categoria. “A empresa quer implantar um plano terceirizado sem consultar os trabalhadores. Hoje, o funcionário paga 10% do que utilizar e se não usar não paga nada. Eles querem impor um plano com pagamento mensal e mais uma porcentagem do que for utilizado”, reclamou. Além da manutenção do plano de saúde, os funcionários dos Correios reivindicam um aumento real de 15%, reposição da inflação do período de 1 de agosto de 2012 a 31 de julho de 2013 de 7,13% e aumento linear de R$ 200,00, mais o pagamento das perdas salariais — no período de 1994 a 2002 — no valor de 20% em dezembro. Eles também pedem mais segurança. “Hoje nós enfrentamos números absurdos de assaltos. Em um única unidade na região do Jardim do lago tivemos 80 assaltos só este ano”, afirmou Barbosa. A proposta da Empresa de Correios e Telégrafos é de reajuste de 8% nos salários; de 6,27% nos benefícios; pagamento de vale-extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro, e Vale-Cultura, dentro das regras de adesão ao programa implementado pelo governo federal. O sindicato informou que a greve continua por tempo indeterminado ou até que haja o julgamento do dissídio, o que ainda não tem prazo. Neste final de semana, os Correios irão realizar mutirões para colocar em dia a entrega de cartas e encomendas à população. Para isso, vão deslocar empregados entre as unidades e realizar horas extras. Segundo balanço da empresa, a adesão à greve não passa de 7%. Entre os empregados da área operacional, a adesão também não passaria de 8%. O número é apurado pelo sistema eletrônico de presença.