Praticamente não há governante que não reclame de seu antecessor. Mesmo que este lhe tenha emprestado apoio. Quando não é o próprio quem reclama, seus aliados costumam adotar a prática. Em Ribeirão Preto assim tem sido. A própria prefeita Dárcy Vera (PSD) costuma creditar os déficits de seu governo a dívidas deixadas por seu antecessor, que rebate as críticas. Quando não são integrantes do governo a reclamar de heranças malditas, são os vereadores da base que o fazem. Na semana passada, o vereador Walter Gomes (PR), da base governista, disparou da tribuna da Câmara que o Daerp tem hoje cerca de 10% do número de encanadores que tinha em 1998. Estranho que passados quatro anos a direção da autarquia não tenha conseguido resolver nem seus problemas de recursos humanos. É claro que sem estes resolvidos não se resolverá os de planejamento e de ação. Também os vereadores da base costumam dizer que falta aos servidores do Daerp as ferramentas necessárias ao trabalho, que os equipamentos estão sucateados. Deve ser por isso que os problemas se acumulam na cidade. Mas este é um discurso próprio de quem está nos primeiros meses de comando, não na segunda gestão. Culpar sempre o antecessor e arranjar desculpas no passado são formas de administrar com erros. Quem discorda da forma de gestão, modifica-a. Busca fazer mais que a anterior. Porque reclamar é fácil.
BURACO NA FLORÊNCIO
Os buracos pelas ruas de Ribeirão Preto estão por toda parte, mas há um em particular (na verdade dois) que demonstra total descaso da administração. Na Rua Florêncio de Abreu, entre a José Bonifácio e a Saldanha Marinho, motoristas e motociclistas precisam se espremer no meio da rua, porque há afundamento da rua, com falta de asfalto, dos dois lados. E o local tem tráfego intenso de ônibus. É o caso de dar uma olhada.
PLANO DIRETOR
Se nada mudar, nesta segunda-feira (8) acontece uma audiência pública para a escolha do Conselho Gestor que cuidará da atualização do Plano Diretor da cidade. Há associações de bairro insatisfeitas com a forma como o Conselho será formado, com poucas cadeiras destinadas aos moradores da cidade. Uma delas até afirmou que entraria com mandado de segurança para tentar rever a formação. A previsão é três cadeiras para associações de moradores e entidades representativas da população.
ANIVERSÁRIO COMPLICADO
A festa foi em 2005, mas ressaca perdura até hoje. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) rejeitou parcialmente a prestação de contas da festa de aniversário de Sertãozinho naquele ano, quando o prefeito era o também atual chefe do Executivo, Zezinho Gimenez (PSDB), que ficou fora por quatro anos e se elegeu novamente no ano passado.
R$ 130 MIL
Com a sentença do TCE, que transitou em julgado no dia 14 de fevereiro, o prefeito Zezinho Gimenez terá que desembolsar mais de R$ 130 mil. São quase R$ 112 mil a serem devolvidos (mais correção) e mais de R$ 19 mil de multa, representada por mil Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufespes). Mas o prefeito deve ainda tentar outros recursos, já que perdeu os anteriores. Nem que seja na justiça comum.