CARLO CARCANI

Malandragem ou raciocínio rápido?

Carlo Carcani
14/02/2013 às 21:40.
Atualizado em 26/04/2022 às 04:29

Atlético Mineiro e São Paulo fizeram um jogo bem disputado na abertura da Libertadores. O 1º tempo foi dominado pelos mineiros. Com dificuldade para sair jogando, o São Paulo, raras vezes, finalizou contra a meta de Victor e foi bastante pressionado. O Atlético tentou de tudo.

Fez lançamentos longos, levou perigo em faltas e escanteios e explorou as laterais. O gol que abriu o placar, porém, surgiu de um lance curioso. Os donos da casa tinham um lateral na intermediária ofensiva. O jogo parou para que um atleta pudesse ser atendido e enquanto isso Ronaldinho Gaúcho caminhou até a meta de Rogério Ceni para beber água. O goleiro cedeu sua garrafa ao ex-companheiro de Seleção e depois voltou à linha de fundo para colocá-la ao lado da trave.

Foi então que o Atlético deu o pulo do gato. Ao invés de recuar alguns metros para se posicionar normalmente, Ronaldinho foi para a ponta direita. Marcos Rocha, atento, cobrou o lateral rapidamente e o ídolo atleticano recebeu a bola livre na área, enquanto a defesa adversária tentava se recompor. Não deu tempo. R10 cruzou e Jô desviou para abrir o placar.

No 2º tempo, o São Paulo equilibrou a partida, mas Ronaldinho fez boa jogada pela direita e cruzou para Réver ampliar. Tudo parecia definido, mas foi em seu momento mais crítico no duelo que o São Paulo demonstrou força. Diminuiu o placar com Aloísio e no último lance teve a chance de empatar, mas Ganso chutou para fora.

Apesar da superioridade do Atlético, a vantagem no placar foi mínima, o que dá enorme valor ao gol inicial.

Ronaldinho afirmou que a jogada não foi planejada, apesar de muita gente acreditar que tudo foi premeditado. Só os atleticanos podem revelar o mistério, mas o lance, mesmo que não tenha sido combinado, mostra como o futebol requer 100% de atenção durante todo o tempo. A distração da defesa em um momento em que o jogo estava “parado” foi determinante para a derrota.

Ronaldinho, ao contrário, estava ligado. Não faz muita diferença se ele foi “malandro” ou se teve raciocínio rápido. A verdade é que ele foi decisivo para a vitória do Galo. Além de sua habilidade, foi inteligente para “criar” uma jogada na qual todos os zagueiros vão prestar atenção daqui em diante. Para os sãopaulinos, é tarde demais.

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