Obras no estádio vão isolar as cabines de imprensa e a delegação visitante dos torcedores pontepretanos
A Ponte Preta está investindo R$ 350 mil em três obras que visam proporcionar maior conforto e acabar com antigas reclamações no Estádio Moisés Lucarelli. O novo centro de imprensa nas vitalícias custará R$ 100 mil e evitará contato de jornalistas com torcedores. O TC10+ terá uma entrada pela lateral do Majestoso por meio de um portão exclusivo no espaço Brahma e o time visitante vai ter acesso pelos fundos do estádio, mesmo local em que fica sua torcida.
As obras começaram há uma semana e, de acordo com o cronograma, estarão prontas para o jogo com o São Paulo na estreia do Campeonato Brasileiro, daqui a duas semanas. De acordo com o administrador operacional do Majestoso, Lindomar José Vedolin, as cabines de rádio e TV terão isolamento com vidro. "Apenas o pessoal de jornal impresso e internet ficará em local aberto", reforça.
A imprensa terá 16 cabines. Seis serão fechadas e divididas entre as TVs que estiverem transmitindo o jogo ao vivo e as rádios de Campinas. O espaço também terá hall, bar e banheiros. A entrada será por um novo portão localizado na rua lateral do estádio, onde também ficarão os carros da imprensa com proteção garantida da Polícia Militar.
A preocupação com o afastamento da mídia aumentou depois que um cinegrafista do canal Sportv foi ameaçado por torcedores durante o jogo em que a Ponte Preta foi eliminada pelo Corinthians nas quartas de final do Campeonato Paulista. Com imagens repetidas à exaustão em rede nacional nos dias seguintes, o clube recebeu críticas de todos os lados.
O TC10+ poderá entrar pelo portão lateral do Majestoso, que estava fechado há quase 15 anos por questões de segurança. No local, já está pronta uma pequena praça de alimentação e novos banheiros para atender aos cerca de 7 mil integrantes do programa de fidelidade da Macaca.
VISITANTES
Antiga reivindicação dos adversários, o acesso da delegação visitante agora acontecerá no mesmo lado que entra sua torcida. O ônibus chegará pelos fundos do estádio e os jogadores entrarão por um novo portão. O objetivo é que o time seja recepcionado pelos seus torcedores e não mais pelos pontepretanos, situação que causava preocupação constante para a PM. O vestiário está quase pronto e fica no setor onde funcionava um bar e arquivo.
Como o espaço não conta com janelas, a Ponte vai instalar um sistema de ar condicionado. Uma pequena sala poderá ser utilizada para as entrevistas coletivas. O túnel de acesso ao gramado ficará pronto até o dia 26 e o São Paulo já poderá estrear. "Esta é a parte mais cara da obra. Custará cerca de R$ 200 mil", informa Vedolin.
REFORMAS
As obras no Majestoso começaram em janeiro. Primeiro foi o vestiário usado pelos jogadores pontepretanos que passou por uma reforma. O local recebeu decoração com fotos de antigos ídolos e momentos importantes da história da Ponte Preta. A capela, a sala do Torcedor Camisa 10 e os banheiros também passaram por mudanças estruturais. O novo placar eletrônico ganhou maior nitidez e cinco mil cadeiras fixas foram instaladas no espaço reservado ao TC10+, no centro da arquibancada.
As obras iniciais foram feitas graças ao Fundo Brahmeiro, da Ambev, que é uma contrapartida pela colocação da marca da cerveja Brahma na arquibancada do estádio. Pelo acordo assinado no ano passado, em vez de mandar uma verba mensal e colocar sua marca na camisa, a empresa decidiu ficar nos bastidores e aparecer, quando muito, em backdrops — placa usada como fundo de entrevistas.
O dinheiro foi direcionado pela própria empresa para financiar reformas nas dependências do estádio de acordo com o interesse da Macaca. Vale lembrar que as três obras que estão em andamento no Majestoso são investimentos do próprio clube e não têm nada a ver com a Brahma.
PROGRAMA
Outros 34 clubes do Brasil integram o programa que oferece descontos em supermercados e lojas. O processo é bastante simples. A cada latinha vendida de Brahma no estado de São Paulo, um centavo é repassado para o fundo que é administrado pela empresa. Depois, o valor é repartido entre os clubes paulistas de acordo com a quantidade de fãs de cada um no Facebook. Proporcionalmente, a Ponte é o que mais cresceu nos últimos meses.