Por determinação da Conmebol, a Seleção Brasileira só poderá disputar seus nove jogos das Eliminatórias para a Copa de 2018 em duas sedes. Uma provavelmente será o Rio de Janeiro e a outra deve sair de São Paulo, Belo Horizonte, Salvador ou Fortaleza. Entidade reconhecidamente incompetente, a Conmebol é a responsável pelo atraso do futebol sul-americano em diversas áreas. Ainda assim, fiquei surpreso com a notícia. A decisão é absurda até mesmo para os padrões da Conmebol. O Brasil acaba de organizar uma Copa do Mundo e tem várias arenas padrão Fifa (no sentido positivo da expressão), além do espetacular Allianz Parque. Se a Seleção puder jogar apenas em duas delas, será um tremendo desperdício. Afinal, apenas torcedores de duas cidades poderão ver os nove jogos do Brasil, quando na verdade esse número poderia tranquilamente chegar a quatro ou cinco. E ainda assim estádios importantes ficariam fora da lista. A Alemanha já disputou seis partidas nas Eliminatórias da Euro 2016. Três delas foram disputadas em casa. A primeira foi em Dortmund, a segunda em Gelsenkirchen e a terceira em Nuremberg. A Itália jogou apenas duas vezes em casa, uma em Palermo e a outra em Milão. A Inglaterra jogou todas as três em Londres, o que, nesse caso, faz muito sentido. Afinal, o estádio de Wembley pertence à Federação Inglesa. Mas é uma exceção. A Espanha, por exemplo, atuou em Valência, Huelva e Sevilha. Não há nada mais óbvio e justo do que realizar os jogos oficiais das seleções em várias cidades. No caso do Brasil, mais ainda. E não apenas por ter realizado a Copa do Mundo no ano passado. Ansiosa por assinar contratos que hoje são alvos de investigações do FBI, a CBF tirou a Seleção do Brasil. Quase todos os amistosos são realizados em outros continentes, mesmo quando o “mando” é da CBF. Isso afasta a Seleção da torcida, o que, evidentemente, é ruim para o futebol brasileiro. Como se não bastasse, a Conmebol vem com essa determinação estúpida, principalmente para um país de dimensões continentais. Tomara que a CBF trabalhe nos bastidores para anular essa “regra” injustificável. Mas com José Maria Marin preso e Marco Polo del Nero preocupado em não seguir o mesmo caminho, pode ser que a CBF apenas escolha as duas sedes e sequer questione a Conmebol. Cada vez mais, o futebol brasileiro mostra que aquela goleada histórica de 7 a 1 não foi, definitivamente, uma obra do acaso.