JOGO RÁPIDO

Mais um 'acidente' da Conmebol

Coluna publicada na edição de 30/8/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
29/08/2018 às 20:21.
Atualizado em 22/04/2022 às 16:08

O Santos cometeu uma infinidade de erros em sua polêmica eliminação na Copa Libertadores. O funcionário responsável pelo registro de atletas errou (e foi demitido pelo clube). O técnico Cuca errou duas vezes: primeiro ao atrapalhar o trabalho da PM no gramado e depois ao expor à imprensa deficiências do clube que ele deveria discutir internamente. Por fim, o atacante Rodrygo errou ao defender invasores de campo e ao ofender a Conmebol. Todos esses erros são graves e terão consequências na Vila Belmiro, mas o Santos será assunto para outra coluna. O tema de hoje é a Conmebol e a sua incrível e inesgotável capacidade de manchar a imagem de seus torneios. Ainda que o erro tenha sido cometido por um funcionário do Santos, qual é o sentido de a Conmebol ter uma plataforma não confiável para informar a condição de jogo de cada atleta? Seria a mesma coisa que duplicar o número de semáforos nos cruzamentos. O motorista olha no primeiro e vê o sinal verde, mas só pode seguir em frente com segurança se o segundo semáforo também estiver verde. Nesse caso absurdo, o primeiro semáforo não tem nenhuma função e ainda pode ser responsável pela ocorrência de alguns acidentes. Foi o que aconteceu com o Santos. O funcionário consultou uma fonte de informação oficial da Conmebol, mas ela não tem valor nenhum. Só existe para causar problemas. É inadmissível que a competição mais importante do continente não tenha um sistema simples e eficiente de controle de registros. Um caso como esse pode ser evitado com o mínimo de organização da própria Conmebol. Mas, além de não ser capaz de fazer o básico, a entidade ainda provoca outros problemas no gerenciamento das crises que ela própria cria. É inaceitável que o Santos tenha sido comunicado do resultado do primeiro jogo apenas no dia da partida de volta. E mais: como a Conmebol pode anunciar de manhã que o atleta Carlos Sánchez está suspenso e à tarde mudar de opinião? O caso que estragou o duelo entre Santos e Independiente não foi o primeiro na história da Libertadores ou da Sul-Americana. E não será o último. A Conmebol é conivente com torcedores e atletas violentos. É desorganizada e confusa. Nada disso justifica o comportamento de quem invadiu o gramado e de quem depredou o Pacaembu. Mas fica claro que a incompetência da Conmebol contribui para o ocorrência de tantos “acidentes” como esse.

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